terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sobre o estudante finlandês...

Olá...

Um dos problemas frequentes em escolas do mundo inteiro é o chamado bulling. Não sei se foi isso que motivou os tiros por parte do estudante finlandês, mas tudo indica que sim.


Tenho para mim que o adolescente em geral possui uma certa crueldade "natural" dessa fase. Talvez o sentimento de competição, muitas vezes, ligados à sexualidade. Instintos naturais estimulados pela bomba de hormônios que é o corpo nessa fase.

Mas existe também uma questão que está no âmbito do respeito à diferença. E é nesse ponto que deve entrar a Escola e o educador. Não estamos reproduzindo, em sala de aula, o mundo competitivo das empresas, enfim, do capitalismo ?

O que chamamos de sociabilidade ou de sociabilização seja, na verdade, um processo de adequação da criança a essa competitividade que permeia a vida moderna. Em vários momentos da vida, inclusive nos chamados momentos de lazer, quando, em tese, não estamos trabalhando, reproduzimos comportamentos das relações de produção capitalistas. Inclusive, no que diz respeito à disciplina, organização do trabalho e exercício de poder (hierarquia) e, no caso, a competição.

Numa partida de futebol no colégio, quando o ganhar vira mais importante que o brincar, enfim, o lúdico, me preocupo. Sempre tem aquele ranzinza que gritará com os outros, que mandará o gordinho para o gol - quiçá para fora - pois ele sempre quer montar uma verdadeira "seleção" de craques para ganhar todas as partidas possíveis.

Mas vamos voltar para a questão da competitividade. O bulling é, entre outras coisas, exercício de poder do adolescente sobre os outros. Além disso, numa sociedade onde o diferente é o excluído, tem que sofrer o "esquisito", o "nerd", enfim, o que não se encaixa no tipo macho forte e "comedor" e na fêmea gostosa e desejada.

Se não rompermos, inclusive em sala de aula, com a reprodução desse tipo de sociedade, situações como essas vão continuar. Como reproduzimos? Quando viramos as costas, não apenas para a dor dos que sofrem, mas também para o comportamente dos que oprimem.

Abraço,


Uma forma poética de mostrar tragédias como Columbine...

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