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domingo, 29 de março de 2009

Do Blog do Paulo Henrique Amorim


Deputados do PSOL questionam contrato de Serra com a Abril
27/março/2009 16:44


Só existe essa publicação para professores ?

O Conversa Afiada recebeu a seguinte informação:

Deputados do PSOL questionam no Ministério Público compra de assinaturas da revista “Nova Escola” pelo governo do Estado de SP

O deputado federal Ivan Valente, Líder da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e os deputados estaduais do Carlos Giannazi e Raul Marcelo protocolaram no dia de hoje, uma Representação junto ao Ministério Público Estadual questionando o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Educação (SEE) e a Fundação Victor Civita – do Grupo Abril – para a distribuição da Revista Nova Escola aos professores da rede.

A Secretaria de Educação comprou 220 mil assinaturas anuais da publicação, sem nenhuma consulta aos professores. Também não realizou licitação, pois considera que esta revista é a única na área da educação, desconsiderando a existência de outras do mesmo gênero que atuam no mercado, demonstrando preferência deliberada pela editora contratada.

Não bastasse essa ação arbitrária, a Secretaria de Educação passou para esta Fundação privada os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, infringindo a lei e permitindo, inclusive, outras destinações comerciais aos dados particulares dos professores.

Ao fazer esta denúncia ao MP os deputados do PSOL expõem as relações entre o Governo Serra e a Editora Abril.

Só este contrato representa quase 25% da tiragem total da revista e garante fartos recursos para o caixa da Fundação Civita, R$ 3,7 milhões. Mas este não é o único compromisso comercial existente entre a Secretaria de Educação e o Grupo Abril, que cada vez mais ocupa espaço nas escolas tendo até mesmo publicações adotadas como material didático, totalizando quase R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada só no segundo semestre de 2008.

Outro absurdo, que merece uma ação urgente, é a “proposta” curricular que reduz o número de aulas de história, geografia e artes do Ensino Médio e obriga a inclusão de aulas baseadas em edições encalhadas do Guia do Estudante, também da Abril, que mais uma vez se favorece os negócios editoriais deste grupo.

As publicações do Grupo Abril não são as únicas existentes, mas, as que têm a preferência do governo, uma preferência que não se explica ao não ser pela prática recorrente de favorecimento. É isto que os deputados do PSOL querem investigar.
De
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/


Comentário do Blog
Contudo, gostaria de lembrar que não confio no PSOL, pois em minhas retinas estão gravadas as imagens de Heloísa Helena andando de braços dados com os caras do DEMo e PSDB e também bradando no palanque contra os Banqueiros, usando parábolas cristãs. Além disso, sua posição sobre o aborto a compromete muito, pelo menos, como marxista.
Quanto ao PT, por quê está calado? É um pacto de não agressão entre PT e PSDB/Serra?
Realmente, não dá para confiar em partido nenhum.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Nota da AGB em Repúdio à Revista Veja

Já estava na hora, mas antes tarde do que nunca...

"SOBRE A REVISTA VEJA Qualquer possibilidade de representação da realidade é sempre insuficiente frente às relações que definem a sua complexidade. Nesse nível, a pesquisa ou a estatística também são parciais e incompletas e podem mascarar ou mesmo distorcer a realidade.
Essa situação pode ser observada num conjunto de matérias que a Revista Veja publicou no último dia 20 de agosto, a partir de uma pesquisa realizada pela CNT/Sensus, que procurava, entre outros aspectos, identificar o preparo dos professores e o compromisso dos pais e alunos frente ao processo educativo brasileiro. De imediato, a pesquisa demonstra certa confiança das partes frente ao que a escola tem veiculado. Os exemplos apresentados, inclusive, dizem respeito a Instituições muito bem conceituadas (do ponto de vista das avaliações de cunho nacional), o que reforça a idéia de um princípio educativo comprometido com uma visão mais questionadora da realidade presente. É justamente uma possível criticidade da população jovem brasileira que incomoda os propositores das matérias, transformando-os em “papagaios de piratas da ditadura militar”. Não se trata de ofensa barata e sim de constatação básica: “com a justificativa de incentivar a cidadania, incutem (os professores) ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos.” (...) “Eles exemplificam uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças” (...) Os professores esquerdistas veneram muito aquele senhor (Karl Marx) que viveu à custa de um amigo industrial, fez um filho na empregada da casa ...” Outras tantas poderiam ser apresentadas, talvez textos inteiros. Os dados da pesquisa servem para ilustrar um posicionamento político explícito e de direita, apesar da defesa constante da necessária neutralidade na veiculação do conhecimento, ou melhor, na apresentação de conteúdos.

A concepção de educação explicitada pelas reportagens denota uma verdadeira falta de preparo para lidar com a questão pedagógica, visto que considera a transmissão do saber como única possibilidade de formação para o mundo do trabalho, desconsiderando a complexidade das relações sociais que interferem nas atuais dinâmicas laborativas. Por outro lado, o texto da Revista Veja faz uma crítica vulgar a um educador brasileiro - Paulo Freire - que elaborou uma proposta de alfabetização de adultos de alcance internacional, e que conseguiu sensibilizar programas educacionais de vários países pobres da África, como a Guiné Bissau por exemplo. Esse ataque pareceu muito mais desespero do que uma crítica com o mínimo de fundamento. E por que tanto desespero?
Parece que as reportagens procuram evidenciar uma situação caótica como condição para uma mudança de rumos da educação no país. “A reportagem que se vai ler pretende chamar a atenção (...) e contribuir para que os pais, professores, educadores e autoridades acordem para uma dura realidade...” (...) A pesquisa realizada pela CNU/Sensus e publicada nesta VEJA marca um verdadeiro divisor de águas na história da discussão educacional brasileira.”
Já faz algum tempo que a Revista vem se colocando a favor das mudanças na educação, promovidas pelo Governo do Estado de São Paulo. Essa situação define uma “estranha” parceria entre Estado e iniciativa privada. Várias matérias têm sido destinadas à divulgação do discurso oficial da Secretaria da Educação. A título de ilustração, recentemente a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo produziu material didático, denominado “Propostas Curriculares dos diferentes componentes disciplinares”, que expressa um alto grau de regulação e prescrição. A resistência dos professores frente a essa determinação desencadeou manifestações públicas, na tentativa de denunciar esse projeto de controle curricular. Tais manifestações foram entendidas como “expressões da inquisição ou do nazismo”, na interpretação da Revista Veja nº 2056. Na reportagem denominada “Fogueira ideológica”, a revista ressaltava que os professores, com essas manifestações, rejeitavam ser controlados pelo Estado, e isso se apresentava como verdadeiro absurdo na visão da jornalista Camila Pereira, autora também dessa última matéria.
O fato é que seguramente a Revista Veja, ou mesmo a Editora Abril, está assumindo uma posição política explícita a favor de uma educação tecnológica vulgar, que superficializa o conhecimento e adestra trabalhadores para a industrialização flexível, própria dos países mais pobres do planeta. De toda maneira, se a educação brasileira é ruim e os professores mal preparados, isso é produto de um processo histórico, no qual, entre outros aspectos, ganha significado o descaso do setor público de educação superior com a formação dos professores, possibilitando o crescimento estrondoso do setor privado, que, como sabemos, nunca teve um projeto consistente para os cursos de licenciatura.
Em São Paulo, 90% dos professores que atuam na rede pública estadual são egressos de instituições privadas de ensino superior e essa situação não é analisada pelas revistas da Editora. Não interessa porque atinge diretamente interesses econômicos capitalistas e qualquer crítica, a esse quadro, pode ser identificada como “esquerdista”.
A Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB - entende que a análise elaborada pela Revista carece de referenciais consistentes e repudia o conteúdo da reportagem, salientando que não é possível uma educação neutra porque a atividade educacional possui essencialmente uma dimensão política. Nesse sentido a escola se constitui como território, como campo de disputa ideológica, e o professor está no olho do furacão.
Profª Núria Hanglei Cacete e Profº Luis Fernando de Freitas Camargo - representantes do GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENSINO DE GEOGRAFIA - DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB"


NOTA
Nós, professores de Geografia estamos indignados com a reportagem da Revista Veja, de 20 de agosto, que trata de forma leviana e irresponsável um dos mais sérios problemas sociais que temos enfrentado e que diz respeito a difícil situação da educação no país. É lamentável e temerário que um veículo de comunicação trate de algo tão sério com tamanha irresponsabilidade. Assim como o manifesto produzido pela CNTE e pela CONTEE, declaramos nosso repúdio à Revista e reiteramos nosso compromisso com a luta pela educação como direito e como bem público mais importante de que dispomos.
ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sobre o estudante finlandês...

Olá...

Um dos problemas frequentes em escolas do mundo inteiro é o chamado bulling. Não sei se foi isso que motivou os tiros por parte do estudante finlandês, mas tudo indica que sim.


Tenho para mim que o adolescente em geral possui uma certa crueldade "natural" dessa fase. Talvez o sentimento de competição, muitas vezes, ligados à sexualidade. Instintos naturais estimulados pela bomba de hormônios que é o corpo nessa fase.

Mas existe também uma questão que está no âmbito do respeito à diferença. E é nesse ponto que deve entrar a Escola e o educador. Não estamos reproduzindo, em sala de aula, o mundo competitivo das empresas, enfim, do capitalismo ?

O que chamamos de sociabilidade ou de sociabilização seja, na verdade, um processo de adequação da criança a essa competitividade que permeia a vida moderna. Em vários momentos da vida, inclusive nos chamados momentos de lazer, quando, em tese, não estamos trabalhando, reproduzimos comportamentos das relações de produção capitalistas. Inclusive, no que diz respeito à disciplina, organização do trabalho e exercício de poder (hierarquia) e, no caso, a competição.

Numa partida de futebol no colégio, quando o ganhar vira mais importante que o brincar, enfim, o lúdico, me preocupo. Sempre tem aquele ranzinza que gritará com os outros, que mandará o gordinho para o gol - quiçá para fora - pois ele sempre quer montar uma verdadeira "seleção" de craques para ganhar todas as partidas possíveis.

Mas vamos voltar para a questão da competitividade. O bulling é, entre outras coisas, exercício de poder do adolescente sobre os outros. Além disso, numa sociedade onde o diferente é o excluído, tem que sofrer o "esquisito", o "nerd", enfim, o que não se encaixa no tipo macho forte e "comedor" e na fêmea gostosa e desejada.

Se não rompermos, inclusive em sala de aula, com a reprodução desse tipo de sociedade, situações como essas vão continuar. Como reproduzimos? Quando viramos as costas, não apenas para a dor dos que sofrem, mas também para o comportamente dos que oprimem.

Abraço,


Uma forma poética de mostrar tragédias como Columbine...