Muita coisa pra fazer,
Não está dando...
terça-feira, 28 de outubro de 2008
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Tá de brincadeira...
Serra diz que PT não é partido de esquerda e comemora resultado de pesquisa
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MARINA NOVAEScolaboração para a Folha Online
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) disse nesta quinta-feira acreditar em um segundo turno muito disputado entre seu afilhado político, Gilberto Kassab (DEM) e a petista Marta Suplicy. Segundo ele, a disputa na cidade não será polarizada entre votos de direita e votos de esquerda.
"Acho que não vale muito essa história de voto conservador e voto de esquerda. O PT não é um partido de esquerda de forma nenhuma e eu não dividiria dessa forma", disse Serra."Isso é uma idéia muito frágil que eles [os petistas] gostam de propagar, mas é algo falso."
O governador também enumerou algumas derrotas petistas nas urnas nestas eleições ao ser questionado sobre uma suposta dificuldade que o PT teria de conquistar o eleitor paulistano.
"O PT não entrou em Florianópolis, não entrou em Curitiba, dificilmente vai entrar em Porto Alegre, não entrou diretamente em Belo Horizonte, está fora do Rio. Então, se você for ver, São Paulo não é uma exceção."
"Cantando vitória"
Apesar de afirmar estar "satisfeito" com os resultados da pesquisa Datafolha --que indicam vantagem de 17 pontos do prefeito sobre Marta-- o governador tucano disse não estar "cantando vitória".
"Não estou cantando vitória, acho que o segundo turno vai ser muito disputado, mas acho que houve aqui uma boa gestão e a tendência da população é querer que continue", afirmou Serra, que disse estar "especialmente satisfeito" com a avaliação da gestão atual --segundo o Datafolha, 61% da população considera ótima ou boa.
"Como fui participante dessa prefeitura, fiquei especialmente mais satisfeito do que normalmente ficaria", afirmou.
Com participação discreta nas campanhas no primeiro turno por conta da disputa entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Kassab, Serra afirmou que subirá ao palanque do prefeito quando for chamado. No segundo turno, o PSDB de Serra declarou apoio a Kassab.
Na verdade, Serra teria um pouco de razão se dissesse que é tudo a mesma coisa. Na verdade tanto direita quanto a esquerda buscam a mesma coisa: o poder. Pelo menos as que entram no jogo "democrático" através dos partidos. Contudo, representam setores diferentes do poder. Os partidos de esquerda tentam vender uma preocupação social maior. Os de direita, vendem um certo "realismo" e trabalho. é isso.
SE quer mudar a vida, mudar o mundo, não é esse o caminho...
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MARINA NOVAEScolaboração para a Folha Online
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) disse nesta quinta-feira acreditar em um segundo turno muito disputado entre seu afilhado político, Gilberto Kassab (DEM) e a petista Marta Suplicy. Segundo ele, a disputa na cidade não será polarizada entre votos de direita e votos de esquerda.
"Acho que não vale muito essa história de voto conservador e voto de esquerda. O PT não é um partido de esquerda de forma nenhuma e eu não dividiria dessa forma", disse Serra."Isso é uma idéia muito frágil que eles [os petistas] gostam de propagar, mas é algo falso."
O governador também enumerou algumas derrotas petistas nas urnas nestas eleições ao ser questionado sobre uma suposta dificuldade que o PT teria de conquistar o eleitor paulistano.
"O PT não entrou em Florianópolis, não entrou em Curitiba, dificilmente vai entrar em Porto Alegre, não entrou diretamente em Belo Horizonte, está fora do Rio. Então, se você for ver, São Paulo não é uma exceção."
"Cantando vitória"
Apesar de afirmar estar "satisfeito" com os resultados da pesquisa Datafolha --que indicam vantagem de 17 pontos do prefeito sobre Marta-- o governador tucano disse não estar "cantando vitória".
"Não estou cantando vitória, acho que o segundo turno vai ser muito disputado, mas acho que houve aqui uma boa gestão e a tendência da população é querer que continue", afirmou Serra, que disse estar "especialmente satisfeito" com a avaliação da gestão atual --segundo o Datafolha, 61% da população considera ótima ou boa.
"Como fui participante dessa prefeitura, fiquei especialmente mais satisfeito do que normalmente ficaria", afirmou.
Com participação discreta nas campanhas no primeiro turno por conta da disputa entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Kassab, Serra afirmou que subirá ao palanque do prefeito quando for chamado. No segundo turno, o PSDB de Serra declarou apoio a Kassab.
Na verdade, Serra teria um pouco de razão se dissesse que é tudo a mesma coisa. Na verdade tanto direita quanto a esquerda buscam a mesma coisa: o poder. Pelo menos as que entram no jogo "democrático" através dos partidos. Contudo, representam setores diferentes do poder. Os partidos de esquerda tentam vender uma preocupação social maior. Os de direita, vendem um certo "realismo" e trabalho. é isso.
SE quer mudar a vida, mudar o mundo, não é esse o caminho...
Jogo sujo...
Bom, não posso afirmar, mas muitos comentam sobre a sexualidade do candidato do DEMo em São Paulo, o Gilberto Kassab.
Não vou falar, mas quem sabe sabe o que o Kassab é.
Acho jogo sujo a campanha do PT questionar, por exemplo, se Kassab tem esposa e filhos. Da mesma forma que o Dona Marta era pejorativo, que associar o voto a homossexuais a ela por conta do projeto de união civil também era jogo sujo, isso também o é.
Um absurdo. Tomara que ela perca todos os votos dos GLBT. Merece perder.
Embora, São Paulo (a classe MéRdia) mereça a disputa entre esses dois candidatos. Bem feito, muito bem feito.
É um voto extremamente conservador. Quando observamos o mapa de votação, onde Marta ganha na periferia, o motivo é que "a Periferia não possui educação e cai mais fácil nesse tipo de populismo".
Para mim, apesesar dos PT´s e dos DEMo´s , acho que a possibilidade está nas periferias. Lá o marketing não chega mais tão fácil.
VOTEM NULO.
Não vou falar, mas quem sabe sabe o que o Kassab é.
Acho jogo sujo a campanha do PT questionar, por exemplo, se Kassab tem esposa e filhos. Da mesma forma que o Dona Marta era pejorativo, que associar o voto a homossexuais a ela por conta do projeto de união civil também era jogo sujo, isso também o é.
Um absurdo. Tomara que ela perca todos os votos dos GLBT. Merece perder.
Embora, São Paulo (a classe MéRdia) mereça a disputa entre esses dois candidatos. Bem feito, muito bem feito.
É um voto extremamente conservador. Quando observamos o mapa de votação, onde Marta ganha na periferia, o motivo é que "a Periferia não possui educação e cai mais fácil nesse tipo de populismo".
Para mim, apesesar dos PT´s e dos DEMo´s , acho que a possibilidade está nas periferias. Lá o marketing não chega mais tão fácil.
VOTEM NULO.
sábado, 11 de outubro de 2008
Trilha da Semana...
14 anos
Paulinho da Viola
Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou (quando meu pai me chamou)
Perguntou se eu não queria
Estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor
Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão
Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor
Paulinho da Viola - 14 anos
Paulinho da Viola
Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou (quando meu pai me chamou)
Perguntou se eu não queria
Estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor
Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão
Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor
Paulinho da Viola - 14 anos
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Nota da AGB em Repúdio à Revista Veja
Já estava na hora, mas antes tarde do que nunca...
"SOBRE A REVISTA VEJA Qualquer possibilidade de representação da realidade é sempre insuficiente frente às relações que definem a sua complexidade. Nesse nível, a pesquisa ou a estatística também são parciais e incompletas e podem mascarar ou mesmo distorcer a realidade.
Essa situação pode ser observada num conjunto de matérias que a Revista Veja publicou no último dia 20 de agosto, a partir de uma pesquisa realizada pela CNT/Sensus, que procurava, entre outros aspectos, identificar o preparo dos professores e o compromisso dos pais e alunos frente ao processo educativo brasileiro. De imediato, a pesquisa demonstra certa confiança das partes frente ao que a escola tem veiculado. Os exemplos apresentados, inclusive, dizem respeito a Instituições muito bem conceituadas (do ponto de vista das avaliações de cunho nacional), o que reforça a idéia de um princípio educativo comprometido com uma visão mais questionadora da realidade presente. É justamente uma possível criticidade da população jovem brasileira que incomoda os propositores das matérias, transformando-os em “papagaios de piratas da ditadura militar”. Não se trata de ofensa barata e sim de constatação básica: “com a justificativa de incentivar a cidadania, incutem (os professores) ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos.” (...) “Eles exemplificam uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças” (...) Os professores esquerdistas veneram muito aquele senhor (Karl Marx) que viveu à custa de um amigo industrial, fez um filho na empregada da casa ...” Outras tantas poderiam ser apresentadas, talvez textos inteiros. Os dados da pesquisa servem para ilustrar um posicionamento político explícito e de direita, apesar da defesa constante da necessária neutralidade na veiculação do conhecimento, ou melhor, na apresentação de conteúdos.
A concepção de educação explicitada pelas reportagens denota uma verdadeira falta de preparo para lidar com a questão pedagógica, visto que considera a transmissão do saber como única possibilidade de formação para o mundo do trabalho, desconsiderando a complexidade das relações sociais que interferem nas atuais dinâmicas laborativas. Por outro lado, o texto da Revista Veja faz uma crítica vulgar a um educador brasileiro - Paulo Freire - que elaborou uma proposta de alfabetização de adultos de alcance internacional, e que conseguiu sensibilizar programas educacionais de vários países pobres da África, como a Guiné Bissau por exemplo. Esse ataque pareceu muito mais desespero do que uma crítica com o mínimo de fundamento. E por que tanto desespero?
Parece que as reportagens procuram evidenciar uma situação caótica como condição para uma mudança de rumos da educação no país. “A reportagem que se vai ler pretende chamar a atenção (...) e contribuir para que os pais, professores, educadores e autoridades acordem para uma dura realidade...” (...) A pesquisa realizada pela CNU/Sensus e publicada nesta VEJA marca um verdadeiro divisor de águas na história da discussão educacional brasileira.”
Já faz algum tempo que a Revista vem se colocando a favor das mudanças na educação, promovidas pelo Governo do Estado de São Paulo. Essa situação define uma “estranha” parceria entre Estado e iniciativa privada. Várias matérias têm sido destinadas à divulgação do discurso oficial da Secretaria da Educação. A título de ilustração, recentemente a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo produziu material didático, denominado “Propostas Curriculares dos diferentes componentes disciplinares”, que expressa um alto grau de regulação e prescrição. A resistência dos professores frente a essa determinação desencadeou manifestações públicas, na tentativa de denunciar esse projeto de controle curricular. Tais manifestações foram entendidas como “expressões da inquisição ou do nazismo”, na interpretação da Revista Veja nº 2056. Na reportagem denominada “Fogueira ideológica”, a revista ressaltava que os professores, com essas manifestações, rejeitavam ser controlados pelo Estado, e isso se apresentava como verdadeiro absurdo na visão da jornalista Camila Pereira, autora também dessa última matéria.
O fato é que seguramente a Revista Veja, ou mesmo a Editora Abril, está assumindo uma posição política explícita a favor de uma educação tecnológica vulgar, que superficializa o conhecimento e adestra trabalhadores para a industrialização flexível, própria dos países mais pobres do planeta. De toda maneira, se a educação brasileira é ruim e os professores mal preparados, isso é produto de um processo histórico, no qual, entre outros aspectos, ganha significado o descaso do setor público de educação superior com a formação dos professores, possibilitando o crescimento estrondoso do setor privado, que, como sabemos, nunca teve um projeto consistente para os cursos de licenciatura.
Em São Paulo, 90% dos professores que atuam na rede pública estadual são egressos de instituições privadas de ensino superior e essa situação não é analisada pelas revistas da Editora. Não interessa porque atinge diretamente interesses econômicos capitalistas e qualquer crítica, a esse quadro, pode ser identificada como “esquerdista”.
A Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB - entende que a análise elaborada pela Revista carece de referenciais consistentes e repudia o conteúdo da reportagem, salientando que não é possível uma educação neutra porque a atividade educacional possui essencialmente uma dimensão política. Nesse sentido a escola se constitui como território, como campo de disputa ideológica, e o professor está no olho do furacão.
Profª Núria Hanglei Cacete e Profº Luis Fernando de Freitas Camargo - representantes do GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENSINO DE GEOGRAFIA - DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB"
NOTA
Nós, professores de Geografia estamos indignados com a reportagem da Revista Veja, de 20 de agosto, que trata de forma leviana e irresponsável um dos mais sérios problemas sociais que temos enfrentado e que diz respeito a difícil situação da educação no país. É lamentável e temerário que um veículo de comunicação trate de algo tão sério com tamanha irresponsabilidade. Assim como o manifesto produzido pela CNTE e pela CONTEE, declaramos nosso repúdio à Revista e reiteramos nosso compromisso com a luta pela educação como direito e como bem público mais importante de que dispomos.
ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB
"SOBRE A REVISTA VEJA Qualquer possibilidade de representação da realidade é sempre insuficiente frente às relações que definem a sua complexidade. Nesse nível, a pesquisa ou a estatística também são parciais e incompletas e podem mascarar ou mesmo distorcer a realidade.
Essa situação pode ser observada num conjunto de matérias que a Revista Veja publicou no último dia 20 de agosto, a partir de uma pesquisa realizada pela CNT/Sensus, que procurava, entre outros aspectos, identificar o preparo dos professores e o compromisso dos pais e alunos frente ao processo educativo brasileiro. De imediato, a pesquisa demonstra certa confiança das partes frente ao que a escola tem veiculado. Os exemplos apresentados, inclusive, dizem respeito a Instituições muito bem conceituadas (do ponto de vista das avaliações de cunho nacional), o que reforça a idéia de um princípio educativo comprometido com uma visão mais questionadora da realidade presente. É justamente uma possível criticidade da população jovem brasileira que incomoda os propositores das matérias, transformando-os em “papagaios de piratas da ditadura militar”. Não se trata de ofensa barata e sim de constatação básica: “com a justificativa de incentivar a cidadania, incutem (os professores) ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos.” (...) “Eles exemplificam uma tendência prevalente entre os professores brasileiros de esquerdizar a cabeça das crianças” (...) Os professores esquerdistas veneram muito aquele senhor (Karl Marx) que viveu à custa de um amigo industrial, fez um filho na empregada da casa ...” Outras tantas poderiam ser apresentadas, talvez textos inteiros. Os dados da pesquisa servem para ilustrar um posicionamento político explícito e de direita, apesar da defesa constante da necessária neutralidade na veiculação do conhecimento, ou melhor, na apresentação de conteúdos.
A concepção de educação explicitada pelas reportagens denota uma verdadeira falta de preparo para lidar com a questão pedagógica, visto que considera a transmissão do saber como única possibilidade de formação para o mundo do trabalho, desconsiderando a complexidade das relações sociais que interferem nas atuais dinâmicas laborativas. Por outro lado, o texto da Revista Veja faz uma crítica vulgar a um educador brasileiro - Paulo Freire - que elaborou uma proposta de alfabetização de adultos de alcance internacional, e que conseguiu sensibilizar programas educacionais de vários países pobres da África, como a Guiné Bissau por exemplo. Esse ataque pareceu muito mais desespero do que uma crítica com o mínimo de fundamento. E por que tanto desespero?
Parece que as reportagens procuram evidenciar uma situação caótica como condição para uma mudança de rumos da educação no país. “A reportagem que se vai ler pretende chamar a atenção (...) e contribuir para que os pais, professores, educadores e autoridades acordem para uma dura realidade...” (...) A pesquisa realizada pela CNU/Sensus e publicada nesta VEJA marca um verdadeiro divisor de águas na história da discussão educacional brasileira.”
Já faz algum tempo que a Revista vem se colocando a favor das mudanças na educação, promovidas pelo Governo do Estado de São Paulo. Essa situação define uma “estranha” parceria entre Estado e iniciativa privada. Várias matérias têm sido destinadas à divulgação do discurso oficial da Secretaria da Educação. A título de ilustração, recentemente a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo produziu material didático, denominado “Propostas Curriculares dos diferentes componentes disciplinares”, que expressa um alto grau de regulação e prescrição. A resistência dos professores frente a essa determinação desencadeou manifestações públicas, na tentativa de denunciar esse projeto de controle curricular. Tais manifestações foram entendidas como “expressões da inquisição ou do nazismo”, na interpretação da Revista Veja nº 2056. Na reportagem denominada “Fogueira ideológica”, a revista ressaltava que os professores, com essas manifestações, rejeitavam ser controlados pelo Estado, e isso se apresentava como verdadeiro absurdo na visão da jornalista Camila Pereira, autora também dessa última matéria.
O fato é que seguramente a Revista Veja, ou mesmo a Editora Abril, está assumindo uma posição política explícita a favor de uma educação tecnológica vulgar, que superficializa o conhecimento e adestra trabalhadores para a industrialização flexível, própria dos países mais pobres do planeta. De toda maneira, se a educação brasileira é ruim e os professores mal preparados, isso é produto de um processo histórico, no qual, entre outros aspectos, ganha significado o descaso do setor público de educação superior com a formação dos professores, possibilitando o crescimento estrondoso do setor privado, que, como sabemos, nunca teve um projeto consistente para os cursos de licenciatura.
Em São Paulo, 90% dos professores que atuam na rede pública estadual são egressos de instituições privadas de ensino superior e essa situação não é analisada pelas revistas da Editora. Não interessa porque atinge diretamente interesses econômicos capitalistas e qualquer crítica, a esse quadro, pode ser identificada como “esquerdista”.
A Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB - entende que a análise elaborada pela Revista carece de referenciais consistentes e repudia o conteúdo da reportagem, salientando que não é possível uma educação neutra porque a atividade educacional possui essencialmente uma dimensão política. Nesse sentido a escola se constitui como território, como campo de disputa ideológica, e o professor está no olho do furacão.
Profª Núria Hanglei Cacete e Profº Luis Fernando de Freitas Camargo - representantes do GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENSINO DE GEOGRAFIA - DA ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB"
NOTA
Nós, professores de Geografia estamos indignados com a reportagem da Revista Veja, de 20 de agosto, que trata de forma leviana e irresponsável um dos mais sérios problemas sociais que temos enfrentado e que diz respeito a difícil situação da educação no país. É lamentável e temerário que um veículo de comunicação trate de algo tão sério com tamanha irresponsabilidade. Assim como o manifesto produzido pela CNTE e pela CONTEE, declaramos nosso repúdio à Revista e reiteramos nosso compromisso com a luta pela educação como direito e como bem público mais importante de que dispomos.
ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
PARA TODO POLÍTICO QUE NÃO CONSEGUIU SE ELEGER...
Lá vai a vingança...
O Político
O Político
(Dicró)
Dei cimento, dei tijolo
Dei areia e vergalhão
Subi morro, fui em favela
Carreguei nenê chorão
Dei cachaça, tira-gosto
E dinheiro de montão
E mesmo assim perdi a eleição
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é um tal do eleitor
Prometi a minha nega que ia ser a primeira dama
Porém quando eu perdi, ela perdeu ate a cama
E achei o meu retrato no banheiro da central
Vou da um coro no meu cabo eleitoral
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é um tal do eleitor
Hoje eu tenho meus motivos, para estar injuriado
Porque eu só tive um voto e mesmo assim foi anulado
Só tem gente canalha, como tem gente ruim
Nem a minha mãe votou em mim
Ô mamãe eu me admiro a senhora
Se meus inimigos não votarem em mim tudo bem
Mas a senhora que depende de mim, não votar é sacanagem
Eu hein...
Os eleitores que não te conhecem, não votaram
Eu que te conheço vou votar? Ah! To fora...
Pô mamãe...
Dei cimento, dei tijolo
Dei areia e vergalhão
Subi morro, fui em favela
Carreguei nenê chorão
Dei cachaça, tira-gosto
E dinheiro de montão
E mesmo assim perdi a eleição
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é um tal do eleitor
Prometi a minha nega que ia ser a primeira dama
Porém quando eu perdi, ela perdeu ate a cama
E achei o meu retrato no banheiro da central
Vou da um coro no meu cabo eleitoral
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é um tal do eleitor
Hoje eu tenho meus motivos, para estar injuriado
Porque eu só tive um voto e mesmo assim foi anulado
Só tem gente canalha, como tem gente ruim
Nem a minha mãe votou em mim
Ô mamãe eu me admiro a senhora
Se meus inimigos não votarem em mim tudo bem
Mas a senhora que depende de mim, não votar é sacanagem
Eu hein...
Os eleitores que não te conhecem, não votaram
Eu que te conheço vou votar? Ah! To fora...
Pô mamãe...
sábado, 4 de outubro de 2008
Ivan Valente...
Hoje, andando pela paulista, o resto da campanha... Os últimos candidatos tentando conseguir mudar a opinião de alguns eleitores...
Vi a Soninha, sentada em frente ao Trianon com algumas garotas em volta. Ela com um olhar sereno, paciente, disposta a ouvir e a explicar. Será que quando ela tirar sua capa de candidata, voltando a ser comentarista, ela fará isso novamente? comentarei isso outro dia.
Olhei para frente, conversei com minha esposa e quando olhei para trás ela já não estava lá. Queria dizer para ela que ela é a Marta da Vila Madalena, que gosto do que ela fala sobre o trânsito, que ela é fake, que ela é mais bonitinha pessoalmente, mas não deu.
Atravessamos e eis que em frente a um banquinho na esquina com a Augusta, está Ivan Valente com dois candidatos a vereador realizando o chamado "corpo a corpo". Não me aguentei:
- Sabe por que não voto no senhor? Por que teu partido é muito cristão... A Heloísa Helena...não dá.
Um dos rapazes disse assim, rindo:
- Mas isso é de foro particular, né?
Ignorei arrogantemente, embora não goste, desconversando...
- Mas quem conhece um mínimo de teoria marxista...sabe né?
Ivan brilhou os olhos. O rapaz ficou na dele.
Eis que Ivan valente me deu tapas nas costas dizendo:
- Não me venha falar que sou cristão. Acho que nasci do ovo, pois sou comunista desde que nasci.
Não tinha como. Demos risadas e prometi meu voto...
Não vou votar. Eles prometem tanto e não cumprem, porque cumprirei eu?
E ae? Marxistas mesmo?
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
OS RATOS SEMPRE APARECEM...
Leiam isso... O digníssimo (?) senador Marco Maciel - membro da tal ABL, apesar de seu pouco talento com as letras - aproveitou, nessa semana para defender o Proer e FHC, como se este fosse um visionário ao estabelecer esse Plano, "semelhante" ao que "salvará" a Economia estadunidense e - por quê não - mundial.
A atual crise mundial dos mercados financeiros e de capitais, cujos enfrentamentos estão sendo adotados pelo governo dos Estados Unidos, confirma o quanto estava certo o presidente Fernando Henrique Cardoso ao criar o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), implementado no Brasil de 1995 a 2000.
O contexto econômico que o Brasil vivia naquele momento explica os fatores que levaram à crise das instituições financeiras e a necessidade de um plano daquela natureza. O Plano Real, que havia sido implantado em 1994, abalou um bom número de bancos que tinham na inflação elevada a base estrutural do seu padrão de rentabilidade.
As ferramentas de que o Banco Central dispunha tradicionalmente não seriam suficientes nem adequadas para lidar com a quebra generalizada que se antevia. Havia o risco real de comprometimento de todo o sistema de pagamentos de nossa economia. Fazia-se necessária uma iniciativa radical de reestruturação de todo o sistema financeiro e essa iniciativa foi o Proer.
A última operação de financiamento do Proer foi concluída em meados de 1997. A implementação do programa custou, no total, R$ 20,4 bilhões, valores da época, cerca de 2,7% do produto interno bruto (PIB) médio do triênio 1995-1997. Os valores atualizados são, evidentemente, maiores, mas a indicação do porcentual do PIB dá uma boa noção de que o programa teve custos relativamente baixos.
Ademais, o Banco Central vem resgatando consistentemente parte dos valores que investiu no Proer. Vários dos chamados "títulos podres" em poder dos bancos adquirentes, que foram desviados para o Proer, revelaram-se, com o passar do tempo, ativos de qualidade. Não se tratou, portanto, de "doação" a instituições quebradas. Foi, antes, um empréstimo, que vem sendo resgatado com regularidade, conforme demonstram os balanços patrimoniais do Banco Central.
As diferenças entre o Proer e o plano que se cogita de executar para o sistema financeiro norte-americano não ficam apenas na questão dos custos. Esse é um dos quesitos, mas não o único. O Proer foi uma resposta rápida, bem estruturada, barata, eficiente e bem-sucedida a uma situação que resultou de um contexto econômico bastante pontual, qual seja a estabilização econômica e o fim da hiperinflação proporcionados pelo Plano Real.
Instituições bancárias que não gozavam da imprescindível higidez soçobraram e os bens dos depositantes foram preservados em sua integridade. Os valores investidos pelo programa estão sendo paulatinamente reincorporados pelo Banco Central. Os efeitos benéficos da atuação enérgica - e eu diria também cirúrgica - do Banco Central, naquele momento, verificam-se até hoje com a estabilidade econômica e a solidez de nosso sistema bancário.
O economista Mailson da Nóbrega, com sua experiência de ministro da Fazenda e no mercado de capitais, resumiu muito bem a questão ao dizer: "O que salvou o Real foi o Proer. Se o governo não tivesse tomado essa iniciativa, corria o risco de enfrentar uma crise gigantesca do sistema financeiro."
Importa destacar não haver sido usado dinheiro do Orçamento federal, prova da seriedade com que se administrou a crise, sem transigir naquilo que era essencial à estabilidade fiscal do País. Os recursos vieram da própria reserva bancária, formada pelos depósitos compulsórios que os próprios bancos são obrigados a retirar de todos os depósitos efetuados à vista e entregues, como garantia, ao Banco Central.
Isso fez parte do amplo programa, incluindo a federalização para posterior privatização de bancos estaduais. Tivemos, portanto, um período que ensejou a venda de bancos estaduais, muitos dos quais debilitados e enfraquecidos por políticas equivocadas. Devo salientar que se fez o refinanciamento das dívidas dos Estados e a emissão de títulos da dívida pública com cláusula de reajuste cambial.
Assim se estabeleceram, no octoênio do presidente Fernando Henrique Cardoso, que teve o economista Pedro Malan como ministro da Fazenda, as bases do desenvolvimento. Nunca é demais insistir que o País continuou a crescer após o término da administração Fernando Henrique Cardoso. Isso se deveu, basicamente, aos bons fundamentos da economia.
Como definiu o historiador Carlo Levi, "o futuro tem um coração antigo". Assim - volto a fazer um exercício de lembrar o passado -, já naquele tempo, o Banco Central passou a reformular com eficiência a fiscalização do sistema bancário para melhor acompanhamento da situação patrimonial dos bancos.
Foi o Proer que devolveu, mais bem concretizadas, as atribuições legais do Conselho Monetário Nacional: estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; e disciplinamento dos instrumentos de política monetária e cambial.
A crise de 1995 era a primeira após essas providências. O Brasil enfrentou-a e a venceu. O resultado hoje se apresenta muito positivamente, demonstrando o acerto de havermos criado e implantado o Proer. Agora, em face da atual crise, espero que não ocorram maiores impactos que venham a reduzir acentuadamente a continuidade de nosso desenvolvimento. Acredito que isso muito dependerá da capacidade de reagirmos adequadamente a desdobramentos que, indesejadamente, venham a ocorrer nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e em nosso país.
Tá vendo...
Marco Maciel
O contexto econômico que o Brasil vivia naquele momento explica os fatores que levaram à crise das instituições financeiras e a necessidade de um plano daquela natureza. O Plano Real, que havia sido implantado em 1994, abalou um bom número de bancos que tinham na inflação elevada a base estrutural do seu padrão de rentabilidade.
As ferramentas de que o Banco Central dispunha tradicionalmente não seriam suficientes nem adequadas para lidar com a quebra generalizada que se antevia. Havia o risco real de comprometimento de todo o sistema de pagamentos de nossa economia. Fazia-se necessária uma iniciativa radical de reestruturação de todo o sistema financeiro e essa iniciativa foi o Proer.
A última operação de financiamento do Proer foi concluída em meados de 1997. A implementação do programa custou, no total, R$ 20,4 bilhões, valores da época, cerca de 2,7% do produto interno bruto (PIB) médio do triênio 1995-1997. Os valores atualizados são, evidentemente, maiores, mas a indicação do porcentual do PIB dá uma boa noção de que o programa teve custos relativamente baixos.
Ademais, o Banco Central vem resgatando consistentemente parte dos valores que investiu no Proer. Vários dos chamados "títulos podres" em poder dos bancos adquirentes, que foram desviados para o Proer, revelaram-se, com o passar do tempo, ativos de qualidade. Não se tratou, portanto, de "doação" a instituições quebradas. Foi, antes, um empréstimo, que vem sendo resgatado com regularidade, conforme demonstram os balanços patrimoniais do Banco Central.
As diferenças entre o Proer e o plano que se cogita de executar para o sistema financeiro norte-americano não ficam apenas na questão dos custos. Esse é um dos quesitos, mas não o único. O Proer foi uma resposta rápida, bem estruturada, barata, eficiente e bem-sucedida a uma situação que resultou de um contexto econômico bastante pontual, qual seja a estabilização econômica e o fim da hiperinflação proporcionados pelo Plano Real.
Instituições bancárias que não gozavam da imprescindível higidez soçobraram e os bens dos depositantes foram preservados em sua integridade. Os valores investidos pelo programa estão sendo paulatinamente reincorporados pelo Banco Central. Os efeitos benéficos da atuação enérgica - e eu diria também cirúrgica - do Banco Central, naquele momento, verificam-se até hoje com a estabilidade econômica e a solidez de nosso sistema bancário.
O economista Mailson da Nóbrega, com sua experiência de ministro da Fazenda e no mercado de capitais, resumiu muito bem a questão ao dizer: "O que salvou o Real foi o Proer. Se o governo não tivesse tomado essa iniciativa, corria o risco de enfrentar uma crise gigantesca do sistema financeiro."
Importa destacar não haver sido usado dinheiro do Orçamento federal, prova da seriedade com que se administrou a crise, sem transigir naquilo que era essencial à estabilidade fiscal do País. Os recursos vieram da própria reserva bancária, formada pelos depósitos compulsórios que os próprios bancos são obrigados a retirar de todos os depósitos efetuados à vista e entregues, como garantia, ao Banco Central.
Isso fez parte do amplo programa, incluindo a federalização para posterior privatização de bancos estaduais. Tivemos, portanto, um período que ensejou a venda de bancos estaduais, muitos dos quais debilitados e enfraquecidos por políticas equivocadas. Devo salientar que se fez o refinanciamento das dívidas dos Estados e a emissão de títulos da dívida pública com cláusula de reajuste cambial.
Assim se estabeleceram, no octoênio do presidente Fernando Henrique Cardoso, que teve o economista Pedro Malan como ministro da Fazenda, as bases do desenvolvimento. Nunca é demais insistir que o País continuou a crescer após o término da administração Fernando Henrique Cardoso. Isso se deveu, basicamente, aos bons fundamentos da economia.
Como definiu o historiador Carlo Levi, "o futuro tem um coração antigo". Assim - volto a fazer um exercício de lembrar o passado -, já naquele tempo, o Banco Central passou a reformular com eficiência a fiscalização do sistema bancário para melhor acompanhamento da situação patrimonial dos bancos.
Foi o Proer que devolveu, mais bem concretizadas, as atribuições legais do Conselho Monetário Nacional: estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; e disciplinamento dos instrumentos de política monetária e cambial.
A crise de 1995 era a primeira após essas providências. O Brasil enfrentou-a e a venceu. O resultado hoje se apresenta muito positivamente, demonstrando o acerto de havermos criado e implantado o Proer. Agora, em face da atual crise, espero que não ocorram maiores impactos que venham a reduzir acentuadamente a continuidade de nosso desenvolvimento. Acredito que isso muito dependerá da capacidade de reagirmos adequadamente a desdobramentos que, indesejadamente, venham a ocorrer nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e em nosso país.
Marco Maciel, senador, é membro da Academia Brasileira de Letras
TEXTO RETIRADO DO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO, VERSÃO ONLINE; TEXTO DE 30/09/2008 ACESSADO EM 03/10/2008
TEXTO RETIRADO DO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO, VERSÃO ONLINE; TEXTO DE 30/09/2008 ACESSADO EM 03/10/2008
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CRISE NOS EUA
Segundo o site da Agência Carta Maior:
Nas crises passadas, explica Carneiro, não havia dúvida sobre a qualidade dos ativos envolvidos. A crise atual é mais profunda, entre outras razões, porque boa parte dos créditos concedidos a compradores de imóveis revelou-se crédito ruim. Assim, mesmo com a intervenção do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), que deu liquidez aos detentores dos títulos originados destes créditos podres, parte desses créditos seguirá podre e alguém terá que absorver estas perdas.
Trata-se de um problema localizado? Sim e não, responde o economista. É localizado no mercado imobiliário norte-americano que, porém, é enorme e afeta investidores em várias partes do mundo. O problema maior, diz o professor da Unicamp, é o potencial de contaminação dessa crise, uma contaminação que se propaga pelos bancos e que pode afetar diferentes setores da economia mundial.
O cenário otimista quanto aos desdobramentos da crise, acrescenta Carneiro, é aquele onde quem comprou esses títulos conseguirá realizar seu prejuízo e tudo bem. No entanto, ressalta, as coisas podem não acontecer assim. Os bancos podem ficar reticentes e reduzir a oferta de crédito, concretizando, assim, um poder real de contaminação para diversos agentes econômicos. Há a possibilidade de os bancos centrais tentarem deter esse processo, através da injeção de recursos, uma operação que pode funcionar muito pouco na medida em que os bancos absorvam esses recursos e restrinjam a oferta de crédito. O que pode atenuar a crise, prossegue o economista, é os bancos passarem o prejuízo para os bancos centrais, o que não evitará uma redução da oferta de crédito, necessariamente. “O fato é que há um conjunto de ativos de má qualidade que ocasionarão prejuízos para seus detentores”, resume.
Impacto sobre o Brasil
O enunciado dessa crise, enfatiza Ricardo Carneiro, é muito mais grave e complexo e seus desdobramentos dependerão, em larga medida, da reação dos bancos e de escolhas políticas que terão que ser feitas, em especial pelo Banco Central dos EUA. Uma das conseqüências prováveis é a redução da oferta de crédito, com impactos negativos sobre a produção e também sobre o preço dos ativos. Quanto aos impactos sobre a economia brasileira, tudo dependerá, diz o economista, da extensão do processo da crise. “Se houver uma crise mais forte, ela vai afetar o Brasil, um país periférico, de moeda fraca. Se os investidores resolverem fugir, o país será afetado”, prevê. E mesmo que a crise não tenha grande intensidade, o Brasil pode ser afetado de outros modos, em função da mudança do cenário econômico internacional.
“Pelo menos em um horizonte previsível, de 3 ou 4 anos, não teremos mais dinheiro forte e barato, como vinha ocorrendo desde 2003. Só isso já é um fator de prejuízo para a nossa economia”, diz Carneiro. Mas os impactos sobre o Brasil também dependerão, destaca, de como o Banco Central reagirá à crise. Uma alta do dólar a níveis em torno de R$ 2,50, com a perspectiva de pressões inflacionárias pode levar o BC brasileiro a elevar a taxa de juros, o que afetaria a retomada do crescimento da economia.
Esse comportamento dependerá também dos desdobramentos da crise. “As informações sobre o mercado imobiliário dos EUA não são boas. O Banco Central está recomprando títulos podres que estavam na mão do sistema financeiro, mas há um limite no que pode absorver. Se fizer compras muito generosas pode haver questionamentos sobre o próprio papel central do dólar”, adverte Carneiro.
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Associação Nacional de Economistas de Empresas (Nabe), dos EUA, indica que esse cenário pessimista é motivo de grande preocupação naquele país. Segundo o levantamento, a inadimplência dos chamados créditos de risco o excesso de endividamento de empresas e consumidores norte-americanos representam, combinados, uma ameaça maior ao cenário econômico de curto prazo do que aquela representada pelo medo de um novo ataque terrorista. O risco econômico representado pela soma da inadimplência com endividamento foi apontado por 35% dos economistas entrevistados como o maior risco para a economia dos EUA no curto prazo, contra 20% que mencionaram a ameaça de um novo atentado terrorista. A Nabe procurou minimizar o resultado da pesquisa, dizendo que o cenário para os próximos cinco anos ainda é otimista.
Socialismo para capitalistas
Seja qual for o desdobramento da crise, ela deixa uma lição, conclui Ricardo Carneiro. “Os economistas de mercado gostam de criticar os gastos públicos, mas na hora em que o mercado precisa ser socorrido por recursos públicos, não falam sobre isso. Essa crise repõe o tema da regulação dos fluxos de capitais e do sistema financeiro”, resume. O economista acredita que só vale a pena salvar, via recursos públicos, os mercados atingidos pela crise se for para fazer uma regulação do sistema. E lembra as palavras do economista Martin Wolf que, em artigo publicado no Financial Times, criticou a decisão de Bancos Centrais injetarem dinheiro para aumentar a liquidez nos mercados por passar a mensagem de que os investidores sempre poderão evitar perdas.
“Então o capitalismo é para os pobres, e o socialismo é para os capitalistas. Esta visão é não somente ofensiva. Ela é catastrófica”, resumiu Wolf.
O duro é ler coisas como: "O problema da crise são os altos salários dos executivos..." E outra coisa: agora a mídia colonizada brasileira tomou partido, em peso, contra o Bush, chamando-o de "presidente fraco", entre outras coisas. Waak, meu filho, abandona isso...
BOLHA IMOBILIÁRIA
Crise nos EUA atualiza debate sobre a regulação dos fluxos de capital
Os problemas no mercado imobiliário dos EUA repõem o tema da regulação dos fluxos de capitais, diz o economista Ricardo Carneiro. Para ele, o que está ocorrendo agora é mais complexo e profundo do que ocorreu em crises anteriores.
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior
PORTO ALEGRE - A nova crise que afetou o sistema financeiro global, detonada por problemas no mercado imobiliário dos Estados Unidos, é diferente de outras crises que ocorreram em um passado recente. Boa parte destas crises eclodiu na periferia do sistema financeiro – no México, na Ásia, na Rússia e na Argentina. As que ocorreram no centro do sistema tiveram um caráter episódico, constituindo-se basicamente em crises de liquidez. A crise atual, além de ocorrer no centro do sistema, é mais profunda, pois coloca em dúvida a qualidade dos créditos do sistema imobiliário dos EUA. A avaliação é de Ricardo Carneiro, economista e professor do Instituto de Economia da Unicamp, que prevê uma mudança no cenário econômico internacional favorável dos últimos anos. Os dias de dinheiro farto e barato muito provavelmente chegaram ao fim, pelo menos nos próximos três ou quatro anos, disse o economista à Carta Maior.Nas crises passadas, explica Carneiro, não havia dúvida sobre a qualidade dos ativos envolvidos. A crise atual é mais profunda, entre outras razões, porque boa parte dos créditos concedidos a compradores de imóveis revelou-se crédito ruim. Assim, mesmo com a intervenção do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), que deu liquidez aos detentores dos títulos originados destes créditos podres, parte desses créditos seguirá podre e alguém terá que absorver estas perdas.
Trata-se de um problema localizado? Sim e não, responde o economista. É localizado no mercado imobiliário norte-americano que, porém, é enorme e afeta investidores em várias partes do mundo. O problema maior, diz o professor da Unicamp, é o potencial de contaminação dessa crise, uma contaminação que se propaga pelos bancos e que pode afetar diferentes setores da economia mundial.
O cenário otimista quanto aos desdobramentos da crise, acrescenta Carneiro, é aquele onde quem comprou esses títulos conseguirá realizar seu prejuízo e tudo bem. No entanto, ressalta, as coisas podem não acontecer assim. Os bancos podem ficar reticentes e reduzir a oferta de crédito, concretizando, assim, um poder real de contaminação para diversos agentes econômicos. Há a possibilidade de os bancos centrais tentarem deter esse processo, através da injeção de recursos, uma operação que pode funcionar muito pouco na medida em que os bancos absorvam esses recursos e restrinjam a oferta de crédito. O que pode atenuar a crise, prossegue o economista, é os bancos passarem o prejuízo para os bancos centrais, o que não evitará uma redução da oferta de crédito, necessariamente. “O fato é que há um conjunto de ativos de má qualidade que ocasionarão prejuízos para seus detentores”, resume.
Impacto sobre o Brasil
O enunciado dessa crise, enfatiza Ricardo Carneiro, é muito mais grave e complexo e seus desdobramentos dependerão, em larga medida, da reação dos bancos e de escolhas políticas que terão que ser feitas, em especial pelo Banco Central dos EUA. Uma das conseqüências prováveis é a redução da oferta de crédito, com impactos negativos sobre a produção e também sobre o preço dos ativos. Quanto aos impactos sobre a economia brasileira, tudo dependerá, diz o economista, da extensão do processo da crise. “Se houver uma crise mais forte, ela vai afetar o Brasil, um país periférico, de moeda fraca. Se os investidores resolverem fugir, o país será afetado”, prevê. E mesmo que a crise não tenha grande intensidade, o Brasil pode ser afetado de outros modos, em função da mudança do cenário econômico internacional.
“Pelo menos em um horizonte previsível, de 3 ou 4 anos, não teremos mais dinheiro forte e barato, como vinha ocorrendo desde 2003. Só isso já é um fator de prejuízo para a nossa economia”, diz Carneiro. Mas os impactos sobre o Brasil também dependerão, destaca, de como o Banco Central reagirá à crise. Uma alta do dólar a níveis em torno de R$ 2,50, com a perspectiva de pressões inflacionárias pode levar o BC brasileiro a elevar a taxa de juros, o que afetaria a retomada do crescimento da economia.
Esse comportamento dependerá também dos desdobramentos da crise. “As informações sobre o mercado imobiliário dos EUA não são boas. O Banco Central está recomprando títulos podres que estavam na mão do sistema financeiro, mas há um limite no que pode absorver. Se fizer compras muito generosas pode haver questionamentos sobre o próprio papel central do dólar”, adverte Carneiro.
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Associação Nacional de Economistas de Empresas (Nabe), dos EUA, indica que esse cenário pessimista é motivo de grande preocupação naquele país. Segundo o levantamento, a inadimplência dos chamados créditos de risco o excesso de endividamento de empresas e consumidores norte-americanos representam, combinados, uma ameaça maior ao cenário econômico de curto prazo do que aquela representada pelo medo de um novo ataque terrorista. O risco econômico representado pela soma da inadimplência com endividamento foi apontado por 35% dos economistas entrevistados como o maior risco para a economia dos EUA no curto prazo, contra 20% que mencionaram a ameaça de um novo atentado terrorista. A Nabe procurou minimizar o resultado da pesquisa, dizendo que o cenário para os próximos cinco anos ainda é otimista.
Socialismo para capitalistas
Seja qual for o desdobramento da crise, ela deixa uma lição, conclui Ricardo Carneiro. “Os economistas de mercado gostam de criticar os gastos públicos, mas na hora em que o mercado precisa ser socorrido por recursos públicos, não falam sobre isso. Essa crise repõe o tema da regulação dos fluxos de capitais e do sistema financeiro”, resume. O economista acredita que só vale a pena salvar, via recursos públicos, os mercados atingidos pela crise se for para fazer uma regulação do sistema. E lembra as palavras do economista Martin Wolf que, em artigo publicado no Financial Times, criticou a decisão de Bancos Centrais injetarem dinheiro para aumentar a liquidez nos mercados por passar a mensagem de que os investidores sempre poderão evitar perdas.
“Então o capitalismo é para os pobres, e o socialismo é para os capitalistas. Esta visão é não somente ofensiva. Ela é catastrófica”, resumiu Wolf.
O duro é ler coisas como: "O problema da crise são os altos salários dos executivos..." E outra coisa: agora a mídia colonizada brasileira tomou partido, em peso, contra o Bush, chamando-o de "presidente fraco", entre outras coisas. Waak, meu filho, abandona isso...
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
O QUE ESCREVI QUANDO SOUBE QUE MEU FILHO ERA MENINO...
Em 10/07/2006
Boa noite...
Não tenho muito o que dizer hoje...
A sim, a não ser que é menino...
Sim: seu nome será Lucas Marx...
Tomara que ele tenha no futuro uma vida mais fácil...
Ah sim, por quê Marx.
Para que ele saiba exatamente o que o pai pensa, a visão política do pai.
Evidentemente que pode sair daí um revoltado de direita que acaba por ter uma visão política completamente oposta ao pai.
Mas é um risco. Pelo menos haverá alguma base anterior, eu acho,
Na verdade, é mais para que eu não esqueça, mesmo tendo filho, qual a minha visão política e cintífica original.
Muitos - muitos mesmo - depois que formam uma família, se esquecem de muita coisa que disseram ou escreveram (?!) . Contra isso talvez é que eu sugeri esse nome.
Deborah concorda. Acho que ela entende a importância desse ato...
Por hoje é só...
Boa noite...
Não tenho muito o que dizer hoje...
A sim, a não ser que é menino...
Sim: seu nome será Lucas Marx...
Tomara que ele tenha no futuro uma vida mais fácil...
Ah sim, por quê Marx.
Para que ele saiba exatamente o que o pai pensa, a visão política do pai.
Evidentemente que pode sair daí um revoltado de direita que acaba por ter uma visão política completamente oposta ao pai.
Mas é um risco. Pelo menos haverá alguma base anterior, eu acho,
Na verdade, é mais para que eu não esqueça, mesmo tendo filho, qual a minha visão política e cintífica original.
Muitos - muitos mesmo - depois que formam uma família, se esquecem de muita coisa que disseram ou escreveram (?!) . Contra isso talvez é que eu sugeri esse nome.
Deborah concorda. Acho que ela entende a importância desse ato...
Por hoje é só...
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