Muita gente vem debatendo sobre a pinimba entre os dois ministros do judiciário.
Em geral, Bullshit
Na vesdade, muitos caem na coisa maniqueísta: direita x esquerda, mal x bem, etc.
É como se as pessoas que dizem que a ascenção da Rede Record significa alguma alteração no poder da mídia no país.
Pelo contrário: é até um retrocesso. Ao invés de um grupo político-econômico, que representa a elite, teríamos um grupo político-religioso.
Ambos, Barbosa e Gilmar, não representam em nada a esquerda.
Não são ligados a movimentos sociais.
Não lutam por uma justiça democrática realmente. Continuam representando uma justiça de classes.
Vibro, isso sim, pelo ocorrido, pois colocou uma casa que, geralmente, encontra-se em alto pedestal, no chão, ao nível dos seres humanos.
No nível comum de qualquer ser humano.
Como deveria ser.
Repercussão da mídia de direita.
Por outro lado, os blogs e jornais de direita, desceram o pau no ministro Barbosa.
Faltou compostura.
Pode até ser.
Mas ninguém pergunta: ele tem mesmo capangas no Mato Grosso?
domingo, 26 de abril de 2009
Futebol Supermercado
Nesse mundo mercadoria, as partidas de futebol são como supermercados, o campo a prateleira e os jogadores, mercadorias.
Marcas são criadas, muitas vezes, sem a comprovação da qualidade.
Neimar é uma delas.
Vagner Ribeiro garantiu que ele driblava como Robinho e definia a jogada como Kaká.
Vendeu isso em programas de futebol.
Muita gente acreditou. Sim por quê não podemos nos esquecer que os jogadores também são mercadorias da mídia. Se eles não empolgarem, não atrairão seguidores e, compradores de notícias, audiência para a televisão, etc.
O "novo craque" é o chamado Fato Novo.
Por isso, a imprensa gosta de criar falsos craques, concretizando uma parceria com os empresários.
Oxalá Neimar consiga fazer como Robinho e Kaká e chutar o empresário para escanteio, assim que obtiver sucesso em sua carreira.
Alguns deveriam chutar seus clientes...
Fico pensando em Gilmar Rinaldi.
Adriano falou, várias vezes, que seu empresário era seu segundo pai.
Gilmar deve ter ganhado muito dinheiro com Adriano.
Este tem dado apenas prejuízo para ele nos últimos anos. Principalmente à sua imagem.
Acredito que o empresário é demasiado sério para ficar paparicando o menino mimado que é Adriano.
Por outro lado, com todos os milhões de dólares que já ganhou, Adriano é vítima do mundo da mercadoria que, por outro lado, sugou tudo que este mundo lhe ofereceu, e abandonou em seguida.
Sim, acho Adriano um menino mimado. Por outro lado, penso: se todo o mundo do "sportbusiness" rejeita o atleta após sugar toda sua energia, por quê o jogador não pode abandonar essa estrutura de repente?
O problema é que Adriano talvez não tenha essa consciência.
Seguramente não tem.
A foto com Belo retrata bem essa relação:
Adriano continua no mundo do espetáculo, sendo produto, ele mesmo. ele não abandonou o esporte para "andar sem camisa pela favela", como dissera, mas sim para aproveitar os louros de ser um produto, ser consumido e consumir.
O Blog Reitera: 21 jogadores e um craque.
Mais uma vez, Ronaldo fez a diferença.
Para o Santos, uma notícia boa e uma ruim, em relação a Neimar, pelo menos.
Sim porquê a fatura já está liquidada: Corinthians e campeão paulista.
Às novas:
Primeiro a bo: Neimar não é pipoqueiro.
Foi intimidado, mais uma vez, por Cristian e não amarelou. Partiu pra cima do mano como tinha que fazer.
De quebra, cavou seu cartão amarelo.
A má: Ele não é tudo isso.
Mais um jogador razoável para bom. Não digo por esse jogo. Digo pelo conjunto de partidas. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, digo que ele se destacará no futebol brasileiro.
Mas não é craque.
Para o Santos, uma notícia boa e uma ruim, em relação a Neimar, pelo menos.
Sim porquê a fatura já está liquidada: Corinthians e campeão paulista.
Às novas:
Primeiro a bo: Neimar não é pipoqueiro.
Foi intimidado, mais uma vez, por Cristian e não amarelou. Partiu pra cima do mano como tinha que fazer.
De quebra, cavou seu cartão amarelo.
A má: Ele não é tudo isso.
Mais um jogador razoável para bom. Não digo por esse jogo. Digo pelo conjunto de partidas. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, digo que ele se destacará no futebol brasileiro.
Mas não é craque.
domingo, 19 de abril de 2009
Reinaldinho...do blog.
O cara não publicou meu post no blog. Será que atendeu a minhas indicações de leitura? Pouco provável: acho que nem ele lê os comentários. Deve ser algum serviçal.
21 jogadore e 1 craque.
Que dor de cabeça...
O Corinthians ganhou o jogo. E mereceu.
Muitos vão acusar o São Paulo de soberba. Ou até mesmo vão dizer que as palavras IMBECIS do diretor Leco do São Paulo motivaram o adversário nessa vitória. Bobagem - o que não me impedirá dizer que o tal diretor é um imbecil, como o de qualquer diretoria de futebol (sim, o SPFC não é um clube tão diferente assim).
O São Paulo jogou bem. Como problema tático, destaco a preucupação em excesso de Jr César com a marcação. Em minha opinião, além disso, Dagoberto não poderia ter entrado jogando. Não em termos táticos mas técnicos: ele é extremamente egoísta. Entraria com Wellington ou com Eduardo Costa, liberando o Hernanes pela direita, como meia aberto, e o J.Wagner pela esquerda com a mesma função.
Mas realmente quem sabe das coisas é o Muricy. E o time até que se portou bem.
Pipoqueiros? Desculpa de jornalista com preguiça mental.
O caso é que Ronaldo desequilibrou. Não acho que os zagueiros tem aliviado (talvez em seus dois primeiros jogos). O fato é que ele é muito forte (suporta e sabe usar seu peso), protege bem e, mesmo sem a explosão de outrora, consegue sair inteiro de uma ivestida dos zagueiros para dar continuidade à jogada, abrindo para um companheiro,por exemplo.
O único craque em campo. E eis que desequilibrou.
Foi bom: os times que mereciam chegar à final, pois eram os que mais precisavam desse título, chegaram. E jogando futebol.
Bravatas
O São Paulo também precisava. No momento que resolveu jogar com seus titulares, a despeito das bravatas da direção, se arriscou.
Deveriam ter jogado com o time júnior. Agora, demos chance para acontecer a final dos sonhos: o jogo em que ambos disputarão no Pacaembú, o estádio que a Federação tanto queria.
Vencer seria muito bom para os jogadores que chegaram, como preparação para a fase decisiva da Libertadores.
Portanto, por conta da diretoria, o São Paulo não pode usar como desculpa esse argumento "de que não dá importância para a Libertadores". E nem nós, são paulinos.
Será uma semana longa pela frente.
O Corinthians ganhou o jogo. E mereceu.
Muitos vão acusar o São Paulo de soberba. Ou até mesmo vão dizer que as palavras IMBECIS do diretor Leco do São Paulo motivaram o adversário nessa vitória. Bobagem - o que não me impedirá dizer que o tal diretor é um imbecil, como o de qualquer diretoria de futebol (sim, o SPFC não é um clube tão diferente assim).
O São Paulo jogou bem. Como problema tático, destaco a preucupação em excesso de Jr César com a marcação. Em minha opinião, além disso, Dagoberto não poderia ter entrado jogando. Não em termos táticos mas técnicos: ele é extremamente egoísta. Entraria com Wellington ou com Eduardo Costa, liberando o Hernanes pela direita, como meia aberto, e o J.Wagner pela esquerda com a mesma função.
Mas realmente quem sabe das coisas é o Muricy. E o time até que se portou bem.
Pipoqueiros? Desculpa de jornalista com preguiça mental.
O caso é que Ronaldo desequilibrou. Não acho que os zagueiros tem aliviado (talvez em seus dois primeiros jogos). O fato é que ele é muito forte (suporta e sabe usar seu peso), protege bem e, mesmo sem a explosão de outrora, consegue sair inteiro de uma ivestida dos zagueiros para dar continuidade à jogada, abrindo para um companheiro,por exemplo.
O único craque em campo. E eis que desequilibrou.
Foi bom: os times que mereciam chegar à final, pois eram os que mais precisavam desse título, chegaram. E jogando futebol.
Bravatas
O São Paulo também precisava. No momento que resolveu jogar com seus titulares, a despeito das bravatas da direção, se arriscou.
Deveriam ter jogado com o time júnior. Agora, demos chance para acontecer a final dos sonhos: o jogo em que ambos disputarão no Pacaembú, o estádio que a Federação tanto queria.
Vencer seria muito bom para os jogadores que chegaram, como preparação para a fase decisiva da Libertadores.
Portanto, por conta da diretoria, o São Paulo não pode usar como desculpa esse argumento "de que não dá importância para a Libertadores". E nem nós, são paulinos.
Será uma semana longa pela frente.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Reinaldo Azevedo: O socialista.
Vejam só: o blogueiro (?) filhinho de mamãe Reinaldo Azevedo se redimiu.
Do liberalismo mais sem vergonha passou a adotar o fino do socialismo.
vejam no blog dele.
A seguir, minha resposta à sua crítica ao Lula e seu projeto de construção de casas proprias.
Pois é...Confinar os pobres na periferia.
Existe muita literatura sobre o tema urbanização. Mas quero fazer dois comentários, com base na literatura (e não no achismo) sobre esse processo:
1) Realmente, Lula não contribui para que esse processo se torne mais justo. Pelo contrário. Mas toda urbanização capitalista, em especial no terceiro mundo, produz tal segregação. Uma dica é a leitura de autores recentes, como Mariana Fix e Otília Arantes. Os preços dos imóveis aumentam e a população é "expulsa" de onde mora.
O que o senhor propõe, eu presumo, é que os prédios desocupados ou sub-ocupados (se existe tal definição) sejam ocupados! Daí concordamos, entre nós, e também com o Movimento dos Sem-Tetos e outros movimentos sociais.
2) O metrô. Exemplo de urbanização e de modernização (por quê não, para certos autores "civilação"), ele é apontado como solução para o trânsito. Contudo, ele se presta, basta ver um mapa minimamente decente do sistema de transportes de São Paulo (não aqueles fixados nos vagões e estações do metrô, porcos, sem escala, pura propaganda)para constatarmos como ele contribuiu para a valorização de certas porções de nosso espaço urbano e, portanto, para a "expulsão" dos mais pobres para longe desse meio de "integração" com a cidade.
Ou seja, concluímos:
1) Seu texto faz mera propaganda política, e não de raciocínio lógico, apenas fruto do coração, de suas aspirações políticos, o que é louvável, embora não declarado.
2) Somos socialistas. Isso mesmo: pensamos e concordamos que esse sistema é injusto. Todo apoio aos movimentos sociais e à democratização real do espaço urbano. Se for isso, por quê não te assumes? Será que teu corpo liberal vai negar esse teu coração socialista?
Liberte-se, Reinaldinho.
Bruno de Souza
Abaixo, o artigo de Reinaldo Azevedo
ULA, O PROGRESSISTA, QUER CONFINAR OS POBRES
Do liberalismo mais sem vergonha passou a adotar o fino do socialismo.
vejam no blog dele.
A seguir, minha resposta à sua crítica ao Lula e seu projeto de construção de casas proprias.
Pois é...Confinar os pobres na periferia.
Existe muita literatura sobre o tema urbanização. Mas quero fazer dois comentários, com base na literatura (e não no achismo) sobre esse processo:
1) Realmente, Lula não contribui para que esse processo se torne mais justo. Pelo contrário. Mas toda urbanização capitalista, em especial no terceiro mundo, produz tal segregação. Uma dica é a leitura de autores recentes, como Mariana Fix e Otília Arantes. Os preços dos imóveis aumentam e a população é "expulsa" de onde mora.
O que o senhor propõe, eu presumo, é que os prédios desocupados ou sub-ocupados (se existe tal definição) sejam ocupados! Daí concordamos, entre nós, e também com o Movimento dos Sem-Tetos e outros movimentos sociais.
2) O metrô. Exemplo de urbanização e de modernização (por quê não, para certos autores "civilação"), ele é apontado como solução para o trânsito. Contudo, ele se presta, basta ver um mapa minimamente decente do sistema de transportes de São Paulo (não aqueles fixados nos vagões e estações do metrô, porcos, sem escala, pura propaganda)para constatarmos como ele contribuiu para a valorização de certas porções de nosso espaço urbano e, portanto, para a "expulsão" dos mais pobres para longe desse meio de "integração" com a cidade.
Ou seja, concluímos:
1) Seu texto faz mera propaganda política, e não de raciocínio lógico, apenas fruto do coração, de suas aspirações políticos, o que é louvável, embora não declarado.
2) Somos socialistas. Isso mesmo: pensamos e concordamos que esse sistema é injusto. Todo apoio aos movimentos sociais e à democratização real do espaço urbano. Se for isso, por quê não te assumes? Será que teu corpo liberal vai negar esse teu coração socialista?
Liberte-se, Reinaldinho.
Bruno de Souza
Abaixo, o artigo de Reinaldo Azevedo
ULA, O PROGRESSISTA, QUER CONFINAR OS POBRES
(leia primeiro o post abaixo)
A crème de la crème da notícia sobre o programa habitacional está em duas informações. A primeira: Lula já está avançando governo seguinte adentro. E o que deveria ser concluído em 2010 já se estende para além da metade do mandato do seu sucessor. “Ah, sim, são políticas de governo...” Entendo.
A segunda questão está nesta fala de Esteves Pedro Colnago, coordenador da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda: “Você vai começar a migrar para terrenos mais afastados nas grandes cidades, que não têm ainda infraestrutura básica".
As construtoras envolvidas com o projeto já estão em busca de fazendas e áreas semi-rurais, afastados dos núcleos urbanos, para erguer os tais bairros populares. Procurem saber, leitores, o que é o bairro Cidade Tiradentes, em São Paulo, que começou a ser pensado nos anos 70 e realizado nos 80. Ou Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.
Falo de São Paulo, que conheço mais de perto. Foram construídas nada menos de 40 mil residências populares em Cidade Tiradentes, que fica a, pasmem!, 35 quilômetros do centro da cidade, no extremo da Zona Leste. Virou uma cidade-dormitório, e os empregos estão longe de lá. Até outro dia, uma viagem de ônibus até o centro demorava quase quatro horas. O tempo foi reduzido para menos de três. Ainda assim, uma enormidade.
Não há um só urbanista responsável que não considere essa opção uma estupidez. O custo em infra-estrutura torna a escolha antieconômica. A estrutura de lazer é quase inexistente. Criados esses bairros, é preciso depois que o poder público — o que vai sobrar para estados e municípios — se encarregue de levar para lá escolas, postos de saúde, hospital, segurança... Lula garante os favelões de concreto. E os outros que se vierem para oferecer serviços.
O mais impressionante é que esta minha crítica nem é assim tão original. Até outro dia, os urbanistas do PT — !!! — defendiam o que chamavam de “adensamento do centro das grades cidades”, o que requereria uma reforma urbana decente. E estavam certos nesse particular. Só não sei como gostariam de fazer — talvez com confisco de propriedade, hehe... Com a dinheirama que o governo se mostra disposto a meter nesse projeto amalucado, poder-se-ia ter dado início a uma reforma urbana dentro da lei e da ordem.
Os centros das cidades já dispõem de transporte, esgoto, telefonia, gás, segurança, lazer, escola etc. A infra-estrutura está toda lá, freqüentemente subutilizada. Penso na cidade de São Paulo. Simplesmente não há terrenos disponíveis — não a ponto de tornar o empreendimento economicamente possível — perto de onde estão os empregos. E essa deve ser a verdade para todas as grandes cidades.
Em outros tempos, URBANISTAS E, ACREDITEM, JORNALISTAS já teriam se ocupado disso que aqui vai. Aliás, não confinar os pobres em bairros nos cafundós do Judas, parece-me, é dessas coisas que os progressistas endossariam, não é? Mas os progressistas fecham o bico quando o projeto é do Apedeuta da Silva. Assim como certos alemães decidiam, no passado, quem era ariano e quem era judeu, Lula decide o que é progressista e o que reacionário.
Ah, sim: as empreiteiras concordam com Lula. Elas também acham que não pode haver coisa melhor do que construir bairros que saem do nada.
A segunda questão está nesta fala de Esteves Pedro Colnago, coordenador da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda: “Você vai começar a migrar para terrenos mais afastados nas grandes cidades, que não têm ainda infraestrutura básica".
As construtoras envolvidas com o projeto já estão em busca de fazendas e áreas semi-rurais, afastados dos núcleos urbanos, para erguer os tais bairros populares. Procurem saber, leitores, o que é o bairro Cidade Tiradentes, em São Paulo, que começou a ser pensado nos anos 70 e realizado nos 80. Ou Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.
Falo de São Paulo, que conheço mais de perto. Foram construídas nada menos de 40 mil residências populares em Cidade Tiradentes, que fica a, pasmem!, 35 quilômetros do centro da cidade, no extremo da Zona Leste. Virou uma cidade-dormitório, e os empregos estão longe de lá. Até outro dia, uma viagem de ônibus até o centro demorava quase quatro horas. O tempo foi reduzido para menos de três. Ainda assim, uma enormidade.
Não há um só urbanista responsável que não considere essa opção uma estupidez. O custo em infra-estrutura torna a escolha antieconômica. A estrutura de lazer é quase inexistente. Criados esses bairros, é preciso depois que o poder público — o que vai sobrar para estados e municípios — se encarregue de levar para lá escolas, postos de saúde, hospital, segurança... Lula garante os favelões de concreto. E os outros que se vierem para oferecer serviços.
O mais impressionante é que esta minha crítica nem é assim tão original. Até outro dia, os urbanistas do PT — !!! — defendiam o que chamavam de “adensamento do centro das grades cidades”, o que requereria uma reforma urbana decente. E estavam certos nesse particular. Só não sei como gostariam de fazer — talvez com confisco de propriedade, hehe... Com a dinheirama que o governo se mostra disposto a meter nesse projeto amalucado, poder-se-ia ter dado início a uma reforma urbana dentro da lei e da ordem.
Os centros das cidades já dispõem de transporte, esgoto, telefonia, gás, segurança, lazer, escola etc. A infra-estrutura está toda lá, freqüentemente subutilizada. Penso na cidade de São Paulo. Simplesmente não há terrenos disponíveis — não a ponto de tornar o empreendimento economicamente possível — perto de onde estão os empregos. E essa deve ser a verdade para todas as grandes cidades.
Em outros tempos, URBANISTAS E, ACREDITEM, JORNALISTAS já teriam se ocupado disso que aqui vai. Aliás, não confinar os pobres em bairros nos cafundós do Judas, parece-me, é dessas coisas que os progressistas endossariam, não é? Mas os progressistas fecham o bico quando o projeto é do Apedeuta da Silva. Assim como certos alemães decidiam, no passado, quem era ariano e quem era judeu, Lula decide o que é progressista e o que reacionário.
Ah, sim: as empreiteiras concordam com Lula. Elas também acham que não pode haver coisa melhor do que construir bairros que saem do nada.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Música da Semana
Essa é das antigas...
A grande banda alternativa Sonic Youth.
Reparem: essa música não parece ter sido chupada pelo U2?
A grande banda alternativa Sonic Youth.
Reparem: essa música não parece ter sido chupada pelo U2?
domingo, 12 de abril de 2009
Escrevendo com o Fígado: Marilene Felinto (1)
Pretendo iniciar aqui uma seção: escrevendo com o fígado.
Para reproduzir aqui textos visceralmente criados, sem nenhuma isenção de seus autores, produzidos quentes, no momento em que foram tocados pelos sentimentos mais profundos. No momento em que tiveram que extirpar tumores em brasas quentes que chamamos de opiniões. Sem os amortecimentos que as instituições nos oferecem (ou nos obrigam).
Nem coração, nem cérebro (razão): é o fígado que dá vazão à alma.
Um bom exemplo é Marilene Felinto. Podemos duvidar de seu petismo inverterado. Sim. Podemos chamá-la de ingênua. Mas sua escrita é absolutamente sincera e expontânea. Parece sem revisões. Parece uma psicografia, um vômito. Direta, sem rebuscamentos. Claro: possui um certo freio inconsciente. Ética cristã? Não sei. Mas, dentro da imprensa de hoje, é a maior representante de escrevendo com o fígado.
MULHER DO PARQUE ODEIA LULA E DILMA
Texto da edição de abril de Caros Amigos:
http://carosamigos.terra.com.br/nova/ed144/dilma.asp
Para reproduzir aqui textos visceralmente criados, sem nenhuma isenção de seus autores, produzidos quentes, no momento em que foram tocados pelos sentimentos mais profundos. No momento em que tiveram que extirpar tumores em brasas quentes que chamamos de opiniões. Sem os amortecimentos que as instituições nos oferecem (ou nos obrigam).
Nem coração, nem cérebro (razão): é o fígado que dá vazão à alma.
Um bom exemplo é Marilene Felinto. Podemos duvidar de seu petismo inverterado. Sim. Podemos chamá-la de ingênua. Mas sua escrita é absolutamente sincera e expontânea. Parece sem revisões. Parece uma psicografia, um vômito. Direta, sem rebuscamentos. Claro: possui um certo freio inconsciente. Ética cristã? Não sei. Mas, dentro da imprensa de hoje, é a maior representante de escrevendo com o fígado.
MULHER DO PARQUE ODEIA LULA E DILMA
Texto da edição de abril de Caros Amigos:
http://carosamigos.terra.com.br/nova/ed144/dilma.asp
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Então, pela lógica... Serra é terrorista?
Do blog do Paulo Henrique Amorim
Aloysio assaltou trem ?A AP de Serra explodiu aeroporto ?
11/abril/2009 8:00
Ele sabia da exlosão do aeroporto ? Concordou ? Planejou ?
Sugestão de um amigo navegante:
O zelo investigativo da Folha, que tentou associar a Ministra Dilma Rousseff ao sequestro que não houve de Delfim Netto, deveria ser aplicado, com a mesma intensidade, nos seguintes episódios:
1) Foi a AP do Governador José Serra a responsável pela explosão no Aeroporto de Recife ? José Serra sabia dos planos ? Concordou com eles ?
2) Aloysio Nunes Ferreira, que foi ministro de Fernando Henrique, é secretario de Serra e seu provável candidato a governador, assaltou bancos ? Com que objetivo ? Ainda assaltaria ?
3) Para Serra e Aloysio: mudaram seus princípios, métodos, ou nenhum dos dois ?
Ou a Folha tem o rabo preso aos dois ?
www.paulohenriqueamorim.com.br
Comentário de Olhar Implicado:
Pela simples lógica, portanto, teremos nas próximas eleições presidenciais uma disputa entre terroristas no Brasil.
Sim, pela lógica.
Será que a discussão da grande mídia será: o que é pior seqüestro ou explosão de aeroporto?
Aloysio assaltou trem ?A AP de Serra explodiu aeroporto ?
11/abril/2009 8:00
Ele sabia da exlosão do aeroporto ? Concordou ? Planejou ?
Sugestão de um amigo navegante:
O zelo investigativo da Folha, que tentou associar a Ministra Dilma Rousseff ao sequestro que não houve de Delfim Netto, deveria ser aplicado, com a mesma intensidade, nos seguintes episódios:
1) Foi a AP do Governador José Serra a responsável pela explosão no Aeroporto de Recife ? José Serra sabia dos planos ? Concordou com eles ?
2) Aloysio Nunes Ferreira, que foi ministro de Fernando Henrique, é secretario de Serra e seu provável candidato a governador, assaltou bancos ? Com que objetivo ? Ainda assaltaria ?
3) Para Serra e Aloysio: mudaram seus princípios, métodos, ou nenhum dos dois ?
Ou a Folha tem o rabo preso aos dois ?
www.paulohenriqueamorim.com.br
Comentário de Olhar Implicado:
Pela simples lógica, portanto, teremos nas próximas eleições presidenciais uma disputa entre terroristas no Brasil.
Sim, pela lógica.
Será que a discussão da grande mídia será: o que é pior seqüestro ou explosão de aeroporto?
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Do Blog do Mello: genial.
Jabor, Serra e Rio: tudo a ver?
Suprema felicidade
Está praticamente fechado o grupo de atores do filme “A Suprema Felicidade”, que marca a volta de Jabor à direção cinematográfica.Mas o cronista ainda sonha em incluir no elenco o governador José Serra, que fez teatro quando estudou na Escola Politécnica, em São Paulo.O filme, que começa a ser rodado em maio, é, diz Jabor, uma espécie de “Amarcord” (clássico do cinema italiano, de Federico Fellini) brasileiro.A história se passa nos anos 1950, no Rio, época em que parecia que tudo ia dar certo. [Da Coluna do Ancelmo de O Globo, ontem.]
Mas, Rio de Janeiro, anos 50, felicidade, o que isso tem a ver com José Serra? – pergunta o leitor cético. Eu explico:
Sabe aquela batida de violão de João Gilberto, que revolucionou a MPB? Foi dica de Serra, que também estudou violão na Politécnica. Foi Serra quem trouxe o surf para o Rio, lá na ponta do Arpoador, nos anos 50. Ele fabricou sua própria prancha – o que também aprendeu lá na Politécnica. Sabe a frase “toda unanimidade é burra”, falsamente atribuída a Nelson Rodrigues? Na verdade, a frase é de Serra, que a usou para explicar por que era tão desenturmado. Tem mais uma, essa já no início dos anos 60. Tom e Vinícius estavam enchendo a cara no Veloso, falando pelos cotovelos, quando Serra os alertou: - Pss! Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça... O resto é história.
http://www.blogdomello.com.br/
Suprema felicidade
Está praticamente fechado o grupo de atores do filme “A Suprema Felicidade”, que marca a volta de Jabor à direção cinematográfica.Mas o cronista ainda sonha em incluir no elenco o governador José Serra, que fez teatro quando estudou na Escola Politécnica, em São Paulo.O filme, que começa a ser rodado em maio, é, diz Jabor, uma espécie de “Amarcord” (clássico do cinema italiano, de Federico Fellini) brasileiro.A história se passa nos anos 1950, no Rio, época em que parecia que tudo ia dar certo. [Da Coluna do Ancelmo de O Globo, ontem.]
Mas, Rio de Janeiro, anos 50, felicidade, o que isso tem a ver com José Serra? – pergunta o leitor cético. Eu explico:
Sabe aquela batida de violão de João Gilberto, que revolucionou a MPB? Foi dica de Serra, que também estudou violão na Politécnica. Foi Serra quem trouxe o surf para o Rio, lá na ponta do Arpoador, nos anos 50. Ele fabricou sua própria prancha – o que também aprendeu lá na Politécnica. Sabe a frase “toda unanimidade é burra”, falsamente atribuída a Nelson Rodrigues? Na verdade, a frase é de Serra, que a usou para explicar por que era tão desenturmado. Tem mais uma, essa já no início dos anos 60. Tom e Vinícius estavam enchendo a cara no Veloso, falando pelos cotovelos, quando Serra os alertou: - Pss! Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça... O resto é história.
http://www.blogdomello.com.br/
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Da Folha de São Paulo de ontem:
MEMÓRIA DA DITADURA
Aos 19, 20 anos, achava que eu estava salvando o mundo
Dilma diz não ter a mesma cabeça da época em que era guerrilheira, mas se orgulha de não ter mudado de lado, e sim de métodos
Ficha de Dilma após ser presa com crimes atribuídos a ela, mas que ela não cometeuFERNANDA ODILLADA SUCURSAL DE BRASÍLIA UMA DAS três sentenças de prisão de Dilma Rousseff, de 1971, a descreve como a inimiga que "jamais esmoreceu" desde que ingressou na luta armada contra o regime instalado pelo golpe de 31 de março de 1964 e dissolvido 21 anos depois. Leia a entrevista da ministra sobre a vida na clandestinidade durante a ditadura.
FOLHA - A sra. se lembra dos planos para sequestrar Delfim e montar fábrica de explosivos?DILMA ROUSSEFF - Ah, pelo amor de Deus. Nenhuma das duas eu lembro. Nunca ninguém do Exército, da Marinha e da Aeronáutica me perguntou isso. Não sabia disso. Acho que não era o que a gente [queria], não era essa a posição da VAR.
FOLHA - A sra. logo percebeu que a clandestinidade seria o caminho natural?DILMA - Percebi. Todo mundo achava que podia haver no Brasil algo muito terrível. O receio de que um dia eles amanheceriam e começariam a matar era muito forte. Sou bem velha, comecei em 1964. Com o passar do tempo, o Brasil foi se fechando, as coisas foram ficando cada vez mais qualificadas como subversivas. Era subversivo até uma música, uma peça de teatro, qualquer manifestação de rua. Discutir reforma universitária era subversivíssimo. Coisas absolutamente triviais hoje eram muito subversivas.
FOLHA - Foi escolha da sra. o trabalho no setor de mobilização urbana?DILMA - Qual era a outra alternativa?
FOLHA - Havia a expropriação.DILMA - Disso eu nunca quis ser. Nós não achávamos isso grande coisa. A partir de um determinado momento houve uma visão crítica disso, do que a gente chamava militarismo. É muito difícil falar isso porque as pessoas ficam achando que a gente está limpando a barra. Não me interessa ficar falando nisso, é da época e deu. Eu sei que havia uma tensão eterna. Nunca concordávamos uns com os outros porque pensávamos diferente. Bota todo mundo junto, você imagina. Não posso dizer o que aconteceu dentro da direção.
FOLHA - No Rio, a sra. acompanhou a fusão e acompanhou o racha [da VAR] em Teresópolis.DILMA - Na minha cabeça, eu só lembro que a gente conversava e discutia muito, debatia. Tinha uma infraestrutura complexa porque a gente não saía de lá, não podia aparecer. Bom não era. Mas, naquela época, você achava que estava fazendo tudo pelo bem da humanidade. Nunca se esqueça que a gente achava que estava salvando o mundo de um jeito que só acha aos 19, 20 anos. Sem nenhum ceticismo, com uma grande generosidade. Tudo fica mais fácil. Tudo fica mais justificado, todas as dificuldades. Você não ter roupa não tem problema. Às vezes, andava com uma calça xadrez e uma blusa xadrez.
FOLHA - A sra. faz algum mea-culpa pela opção pela guerrilha?DILMA - Não. Por quê? Isso não é ato de confissão, não é religioso. Eu mudei. Não tenho a mesma cabeça que tinha. Seria estranho que tivesse a mesma cabeça. Seria até caso patológico. As pessoas mudam na vida, todos nós. Não mudei de lado não, isso é um orgulho. Mudei de métodos, de visão. Inclusive, por causa daquilo, eu entendi muito mais coisas.
FOLHA - Como o quê?DILMA - O valor da democracia, por exemplo. Por causa daquilo, eu entendi os processos absolutamente perversos. A tortura é um ato perverso. Tem um componente da tortura que é o que fizeram com aqueles meninos, os arrependidos, que iam para a televisão. Além da tortura, você tira a honra da pessoa. Acho que fizeram muito isso no Brasil. Por isso, minha filha, esse seu jornal não pode chamar a ditadura de ditabranda, viu? Não pode, não. Você não sabe o que é a quantidade de secreção que sai de um ser humano quando ele apanha e é torturado. Porque essa quantidade de líquidos que nós temos, o sangue, a urina e as fezes aparecem na sua forma mais humana. Não dá para chamar isso de ditabranda, não.
FOLHA - Quando a sra. foi presa, foram apreendidos documentos falsos, desenho da VAR e um bilhete de amor com as iniciais TG. Era do Cláudio Galeno Linhares?DILMA - Não, era do Carlos Araújo. Era apelido dele. Se você quiser me mandar, eu agradeço. Onde que está isso, hein?
FOLHA - No inquérito arquivado no STM. O bilhete está assim: "Nêga querida, infelizmente não poderei estar aí [no Natal]. Verás na prática, prometo-te..." DILMA - Essa quantidade de te, você acha que é de mineiro, pô? Isso é de gaúcho. Tudo no te... Não falei do Carlos no depoimento. Eles acreditavam que era o Galeno. Carlos era da direção, eu não podia abrir a boca. Depois eles descobriram.
FOLHA - Como foi, durante os dias de Oban, para conseguir proteger a direção? Pelo que vi, alguns nomes não foi possível proteger como Maria Joana Telles, Ruaro, Vicente...DILMA - Eles sabiam deles porque tinha caído outra pessoa que era da direção. Foi por isso que caí. Eu caí porque caiu outra pessoa.
FOLHA - Era com quem a sra. teria um encontro. O José Olavo?DILMA - Essas coisas eu não quero falar, minha filha. Não quero dar responsabilidade para ninguém. Estou muito velha para fazer isso.
FOLHA - No depoimento da Justiça, a sra. cita os quatro como tendo caído em consequência direta de sua queda. A sra. dá os quatro nomes?DILMA - É. Caíram, ponto.
FOLHA - Eu conversei com o hoje coronel, antigo capitão Maurício... DILMA - Ele existe ainda? Ele já não batia bem da bola. Ele continua sem bater?
FOLHA - Eu perguntei se ele votaria na sra. para presidente. Primeiro, disse não. Depois, pediu para retificar dizendo que "depende com quem vai concorrer".DILMA - Minha querida, pelo amor de Deus. A vida é um pouquinho mais complicada que isso. Mas respeito o que ele falou.
FOLHA - Ele participava das sessões [de tortura]?DILMA - Ele era da equipe de busca, nunca participou. Mérito dele. Pelo menos enquanto estive na Oban. Não posso dizer depois. Você tinha aquele negócio de dar ponto para parar de apanhar, e ele levava as pessoas. Ele fez a busca em toda a minha casa. Pegava minhas coisas e perguntava sobre elas.
FOLHA - No depoimento à Justiça, a sra. cita ele como responsável pelas sessões de torturas.DILMA - Que ele torturava pessoalmente, nunca vi. A mim não foi. Que ele entrava na sala e via tortura, tenho certeza. Qualquer um entrava. Te torturavam com a porta aberta.
FOLHA - Li uma entrevista em que a sra. diz que fez treinamento no exterior, mas não consegui encontrar o período em que isso pode ter acontecido. Deu tempo de sair do Brasil para treinar?DILMA - Acho engraçadíssimo porque quando me perguntaram isso, eu neguei que tivesse feito. É que nem aquela lista que sai aí dizendo que eu fiz dez assaltos armados. Nunca fiz uma ação armada. Se tivesse feito, eu estaria condenada por isso. É a mesma coisa essa história do treinamento. Nunca fiz nem treinamento no exterior nem ação armada. É só perguntar para as pessoas.
FOLHA - Incomoda a sra. atribuírem essas ações a seu nome?DILMA - É chato. Não sou supermulher para dizer que não me incomoda. Agora não perco a cabeça por isso. Estão mentindo, têm segunda intenção.
FOLHA - Não teve treinamento no exterior, mas o básico todo mundo sabia como montar e desmontar uma arma. Era questão de segurança do dia a dia?DILMA - Sempre fui muito dedicada, mas não achava isso grande coisa. Nunca fiquei avaliando se devia fazer isso ou aquilo. Não se colocava assim para nós. Falavam assim: "Vai ali e aprende a montar e desmontar a arma". Você ia e aprendia. "Vai ali e escreve um documento." Você também ia.
FOLHA - Como era o dia a dia da prisão? Algumas companheiras de cela dizem que a sra. dava aula de macroeconomia, mas não gostava muito dos trabalhos manuais de tricô e crochê...DILMA - Aprendi bem. Sei fazer tricô e crochê. Você sabe que faço tapete? Mas não aprendi tapete lá, não. Fazia muito bem crochê. Podem falar que eu não fazia... (risos) No fim, gostava de fazer crochê. A gente lia muito, escutava muita música, conversava muito, jogava vôlei. [As aulas] estão fantasiando...
FOLHA - A sra. tinha consciência que continuava na mira da polícia mesmo depois da prisão?DILMA - Tinha. Não podia fazer aniversário que ficavam pendurados nas árvores, olhando.
FOLHA - Quando tem o racha, quem assume a VAR?DILMA - Não me lembro. Se o Espinosa tá dizendo que eu estava... Não sei se fui, se não fui [do comando]. É um período muito pequeno até a queda. Fui uma das primeiras a cair. Eu lembro que eu fui em outubro para São Paulo e nunca mais voltei [ao Rio]. Fiquei lá junto com todo mundo que dirigia a VAR na época. Só me lembro do José Olavo e de mais um. Tinha mais. Tinha quatro.
FOLHA - Muita gente dizia que a sra. era a responsável pelo dinheiro da organização. A sra. era o caixa de São Paulo, para manter militantes, aparelhos?DILMA - Também não me lembro disso, não, que eu era do dinheiro. Se eu fosse do dinheiro, eles tinham me matado a pau. Tudo o que eles queriam era o dinheiro. Não lembro isso, não. Não me lembro de ter caído com um tostão. Se eu tivesse dinheiro, ia ser um festival.
FOLHA - O delegado ficou bem impressionado com a sra. depois do interrogatório. A ponto de defini-la como uma pessoa com dotação intelectual apreciável.DILMA - Interessante... Da onde ele tirou isso, né? Nem me lembro dele. A gente não dava importância para o delegado do Dops, só para a Oban. Deve ter vindo da Oban. Tinha um juiz auditor louco (risos). Ele fez uma denúncia dizendo que eu era a Joana d'Arc do terror. Era ridículo. Ele era dado a essas...
FOLHA - É muito divertido o perfil que o delegado traça.DILMA - Essa parte não era pública, essa parte do delegado. Você conseguiu um documento único. A Oban classificava a gente pelo nível de perigo. O major Linguinha [Waldir Coelho] só interrogava quem ele achava que era direção. Ele falava comigo sempre.
FOLHA - A sra. não pegou o delegado Sérgio Fleury no Dops?DILMA - Quando entrei no Dops, o Fleury estava em viagem. Passei quase um mês na Oban e um mês no Dops. Eu custei a ir embora da Oban. Achava estranho eu não ir embora. Todo mundo ia, e eu ficava. Eu não lembro a data. Vai ficando muito obscuro, como foi e como é que não foi.
FOLHA - Vocês passavam por um treinamento intensivo para deletar as coisas. Tinha que esquecer para não contar?DILMA - Uma parte você tentava esquecer. Sabe que teve uma época em que eu falei uma coisa que eu achava que era verdade e não era. Era mentira que eu tinha contado e aí depois eu descobri que era mentira. Você conta e se convence.
FOLHA - Informação obtida sob tortura é de responsabilidade de quem tortura e não de quem fala? Dá para culpar a pessoa que falou?DILMA - Não dá mesmo. Até porque ali, naquela hora, tinha uma coisa muito engraçada que eu vi. Aconteceu com muita gente, não foi só comigo. É por isso que aquela pergunta é absurda, a do senador [Agripino Maia, do DEM]. A mentira é uma imensa vitória e a verdade é a derrota. Na chegada do presídio [Tiradentes], estava escrito "Feliz do povo que não tem heróis", que era uma frase do Brecht que tem um sentido amplo. Esse fato de não precisar de heróis mostra uma grande civilidade. É preciso que cada um tenha um pouco de heroísmo.
FOLHA - Quando a sra. chegou à Oban, houve muitos gritos?DILMA - Teve. Fazia parte do script. É uma luta eterna entre a sua autodestruição e sua luta para ficar inteiro psicologicamente. A palavra correta é uma disputa moral no sentido amplo da palavra moral. É uma disputa entre éticas diferentes, entre princípios diferentes. Uma pessoa que se dispõe a fazer a outra ter dor tem um processo de difícil identificação. Fico imaginando o que foi Abu Ghraib, porque bota de um lado americanos e de outro lado um outro mundo. Você tem de ser desqualificado como ser humano para ser torturado, santa, senão você não é.
FOLHA - E a família da sra., como reagiu a isso tudo?DILMA - Minha mãe foi absolutamente fantástica. Eles tinham horror de mãe.
FOLHA - Só para deixar claro, a sra. não se recorda desse plano para sequestrar o Delfim?DILMA - Não. Acho que o Espinosa fantasiou essa. Sei lá o que ele fez, eu não me lembro disso. E acho que não compadece com a época, entendeu? Nós acabamos de rachar com um grupo, houve um racha contra a ação armada e vai sequestrar o Delfim? Tem dó de mim. Alguém da VAR que você entrevistou lembrava-se disso? Isso é por conta do Espinosa, santa. Ao meu conhecimento jamais chegou. Não me lembro disso, minha filha. E duvido que alguém lembre. Não acredito que tenha existido isso, dessa forma. Isso está no grande grupo de ações que me atribuem. Antes era o negócio do cofre do Adhemar, agora vem o Delfim. Ah, tem dó. Todos os dias arranjam uma ação para mim. Agora é o sequestro do Delfim? Ele vai morrer de rir.
FOLHA - De qualquer forma, obrigada por tocar nesse assunto delicado...DILMA - Eu estou te fazendo uma negativa peremptória. Para mim, não disseram. Tá?
Aos 19, 20 anos, achava que eu estava salvando o mundo
Dilma diz não ter a mesma cabeça da época em que era guerrilheira, mas se orgulha de não ter mudado de lado, e sim de métodos
Ficha de Dilma após ser presa com crimes atribuídos a ela, mas que ela não cometeuFERNANDA ODILLADA SUCURSAL DE BRASÍLIA UMA DAS três sentenças de prisão de Dilma Rousseff, de 1971, a descreve como a inimiga que "jamais esmoreceu" desde que ingressou na luta armada contra o regime instalado pelo golpe de 31 de março de 1964 e dissolvido 21 anos depois. Leia a entrevista da ministra sobre a vida na clandestinidade durante a ditadura.
FOLHA - A sra. se lembra dos planos para sequestrar Delfim e montar fábrica de explosivos?DILMA ROUSSEFF - Ah, pelo amor de Deus. Nenhuma das duas eu lembro. Nunca ninguém do Exército, da Marinha e da Aeronáutica me perguntou isso. Não sabia disso. Acho que não era o que a gente [queria], não era essa a posição da VAR.
FOLHA - A sra. logo percebeu que a clandestinidade seria o caminho natural?DILMA - Percebi. Todo mundo achava que podia haver no Brasil algo muito terrível. O receio de que um dia eles amanheceriam e começariam a matar era muito forte. Sou bem velha, comecei em 1964. Com o passar do tempo, o Brasil foi se fechando, as coisas foram ficando cada vez mais qualificadas como subversivas. Era subversivo até uma música, uma peça de teatro, qualquer manifestação de rua. Discutir reforma universitária era subversivíssimo. Coisas absolutamente triviais hoje eram muito subversivas.
FOLHA - Foi escolha da sra. o trabalho no setor de mobilização urbana?DILMA - Qual era a outra alternativa?
FOLHA - Havia a expropriação.DILMA - Disso eu nunca quis ser. Nós não achávamos isso grande coisa. A partir de um determinado momento houve uma visão crítica disso, do que a gente chamava militarismo. É muito difícil falar isso porque as pessoas ficam achando que a gente está limpando a barra. Não me interessa ficar falando nisso, é da época e deu. Eu sei que havia uma tensão eterna. Nunca concordávamos uns com os outros porque pensávamos diferente. Bota todo mundo junto, você imagina. Não posso dizer o que aconteceu dentro da direção.
FOLHA - No Rio, a sra. acompanhou a fusão e acompanhou o racha [da VAR] em Teresópolis.DILMA - Na minha cabeça, eu só lembro que a gente conversava e discutia muito, debatia. Tinha uma infraestrutura complexa porque a gente não saía de lá, não podia aparecer. Bom não era. Mas, naquela época, você achava que estava fazendo tudo pelo bem da humanidade. Nunca se esqueça que a gente achava que estava salvando o mundo de um jeito que só acha aos 19, 20 anos. Sem nenhum ceticismo, com uma grande generosidade. Tudo fica mais fácil. Tudo fica mais justificado, todas as dificuldades. Você não ter roupa não tem problema. Às vezes, andava com uma calça xadrez e uma blusa xadrez.
FOLHA - A sra. faz algum mea-culpa pela opção pela guerrilha?DILMA - Não. Por quê? Isso não é ato de confissão, não é religioso. Eu mudei. Não tenho a mesma cabeça que tinha. Seria estranho que tivesse a mesma cabeça. Seria até caso patológico. As pessoas mudam na vida, todos nós. Não mudei de lado não, isso é um orgulho. Mudei de métodos, de visão. Inclusive, por causa daquilo, eu entendi muito mais coisas.
FOLHA - Como o quê?DILMA - O valor da democracia, por exemplo. Por causa daquilo, eu entendi os processos absolutamente perversos. A tortura é um ato perverso. Tem um componente da tortura que é o que fizeram com aqueles meninos, os arrependidos, que iam para a televisão. Além da tortura, você tira a honra da pessoa. Acho que fizeram muito isso no Brasil. Por isso, minha filha, esse seu jornal não pode chamar a ditadura de ditabranda, viu? Não pode, não. Você não sabe o que é a quantidade de secreção que sai de um ser humano quando ele apanha e é torturado. Porque essa quantidade de líquidos que nós temos, o sangue, a urina e as fezes aparecem na sua forma mais humana. Não dá para chamar isso de ditabranda, não.
FOLHA - Quando a sra. foi presa, foram apreendidos documentos falsos, desenho da VAR e um bilhete de amor com as iniciais TG. Era do Cláudio Galeno Linhares?DILMA - Não, era do Carlos Araújo. Era apelido dele. Se você quiser me mandar, eu agradeço. Onde que está isso, hein?
FOLHA - No inquérito arquivado no STM. O bilhete está assim: "Nêga querida, infelizmente não poderei estar aí [no Natal]. Verás na prática, prometo-te..." DILMA - Essa quantidade de te, você acha que é de mineiro, pô? Isso é de gaúcho. Tudo no te... Não falei do Carlos no depoimento. Eles acreditavam que era o Galeno. Carlos era da direção, eu não podia abrir a boca. Depois eles descobriram.
FOLHA - Como foi, durante os dias de Oban, para conseguir proteger a direção? Pelo que vi, alguns nomes não foi possível proteger como Maria Joana Telles, Ruaro, Vicente...DILMA - Eles sabiam deles porque tinha caído outra pessoa que era da direção. Foi por isso que caí. Eu caí porque caiu outra pessoa.
FOLHA - Era com quem a sra. teria um encontro. O José Olavo?DILMA - Essas coisas eu não quero falar, minha filha. Não quero dar responsabilidade para ninguém. Estou muito velha para fazer isso.
FOLHA - No depoimento da Justiça, a sra. cita os quatro como tendo caído em consequência direta de sua queda. A sra. dá os quatro nomes?DILMA - É. Caíram, ponto.
FOLHA - Eu conversei com o hoje coronel, antigo capitão Maurício... DILMA - Ele existe ainda? Ele já não batia bem da bola. Ele continua sem bater?
FOLHA - Eu perguntei se ele votaria na sra. para presidente. Primeiro, disse não. Depois, pediu para retificar dizendo que "depende com quem vai concorrer".DILMA - Minha querida, pelo amor de Deus. A vida é um pouquinho mais complicada que isso. Mas respeito o que ele falou.
FOLHA - Ele participava das sessões [de tortura]?DILMA - Ele era da equipe de busca, nunca participou. Mérito dele. Pelo menos enquanto estive na Oban. Não posso dizer depois. Você tinha aquele negócio de dar ponto para parar de apanhar, e ele levava as pessoas. Ele fez a busca em toda a minha casa. Pegava minhas coisas e perguntava sobre elas.
FOLHA - No depoimento à Justiça, a sra. cita ele como responsável pelas sessões de torturas.DILMA - Que ele torturava pessoalmente, nunca vi. A mim não foi. Que ele entrava na sala e via tortura, tenho certeza. Qualquer um entrava. Te torturavam com a porta aberta.
FOLHA - Li uma entrevista em que a sra. diz que fez treinamento no exterior, mas não consegui encontrar o período em que isso pode ter acontecido. Deu tempo de sair do Brasil para treinar?DILMA - Acho engraçadíssimo porque quando me perguntaram isso, eu neguei que tivesse feito. É que nem aquela lista que sai aí dizendo que eu fiz dez assaltos armados. Nunca fiz uma ação armada. Se tivesse feito, eu estaria condenada por isso. É a mesma coisa essa história do treinamento. Nunca fiz nem treinamento no exterior nem ação armada. É só perguntar para as pessoas.
FOLHA - Incomoda a sra. atribuírem essas ações a seu nome?DILMA - É chato. Não sou supermulher para dizer que não me incomoda. Agora não perco a cabeça por isso. Estão mentindo, têm segunda intenção.
FOLHA - Não teve treinamento no exterior, mas o básico todo mundo sabia como montar e desmontar uma arma. Era questão de segurança do dia a dia?DILMA - Sempre fui muito dedicada, mas não achava isso grande coisa. Nunca fiquei avaliando se devia fazer isso ou aquilo. Não se colocava assim para nós. Falavam assim: "Vai ali e aprende a montar e desmontar a arma". Você ia e aprendia. "Vai ali e escreve um documento." Você também ia.
FOLHA - Como era o dia a dia da prisão? Algumas companheiras de cela dizem que a sra. dava aula de macroeconomia, mas não gostava muito dos trabalhos manuais de tricô e crochê...DILMA - Aprendi bem. Sei fazer tricô e crochê. Você sabe que faço tapete? Mas não aprendi tapete lá, não. Fazia muito bem crochê. Podem falar que eu não fazia... (risos) No fim, gostava de fazer crochê. A gente lia muito, escutava muita música, conversava muito, jogava vôlei. [As aulas] estão fantasiando...
FOLHA - A sra. tinha consciência que continuava na mira da polícia mesmo depois da prisão?DILMA - Tinha. Não podia fazer aniversário que ficavam pendurados nas árvores, olhando.
FOLHA - Quando tem o racha, quem assume a VAR?DILMA - Não me lembro. Se o Espinosa tá dizendo que eu estava... Não sei se fui, se não fui [do comando]. É um período muito pequeno até a queda. Fui uma das primeiras a cair. Eu lembro que eu fui em outubro para São Paulo e nunca mais voltei [ao Rio]. Fiquei lá junto com todo mundo que dirigia a VAR na época. Só me lembro do José Olavo e de mais um. Tinha mais. Tinha quatro.
FOLHA - Muita gente dizia que a sra. era a responsável pelo dinheiro da organização. A sra. era o caixa de São Paulo, para manter militantes, aparelhos?DILMA - Também não me lembro disso, não, que eu era do dinheiro. Se eu fosse do dinheiro, eles tinham me matado a pau. Tudo o que eles queriam era o dinheiro. Não lembro isso, não. Não me lembro de ter caído com um tostão. Se eu tivesse dinheiro, ia ser um festival.
FOLHA - O delegado ficou bem impressionado com a sra. depois do interrogatório. A ponto de defini-la como uma pessoa com dotação intelectual apreciável.DILMA - Interessante... Da onde ele tirou isso, né? Nem me lembro dele. A gente não dava importância para o delegado do Dops, só para a Oban. Deve ter vindo da Oban. Tinha um juiz auditor louco (risos). Ele fez uma denúncia dizendo que eu era a Joana d'Arc do terror. Era ridículo. Ele era dado a essas...
FOLHA - É muito divertido o perfil que o delegado traça.DILMA - Essa parte não era pública, essa parte do delegado. Você conseguiu um documento único. A Oban classificava a gente pelo nível de perigo. O major Linguinha [Waldir Coelho] só interrogava quem ele achava que era direção. Ele falava comigo sempre.
FOLHA - A sra. não pegou o delegado Sérgio Fleury no Dops?DILMA - Quando entrei no Dops, o Fleury estava em viagem. Passei quase um mês na Oban e um mês no Dops. Eu custei a ir embora da Oban. Achava estranho eu não ir embora. Todo mundo ia, e eu ficava. Eu não lembro a data. Vai ficando muito obscuro, como foi e como é que não foi.
FOLHA - Vocês passavam por um treinamento intensivo para deletar as coisas. Tinha que esquecer para não contar?DILMA - Uma parte você tentava esquecer. Sabe que teve uma época em que eu falei uma coisa que eu achava que era verdade e não era. Era mentira que eu tinha contado e aí depois eu descobri que era mentira. Você conta e se convence.
FOLHA - Informação obtida sob tortura é de responsabilidade de quem tortura e não de quem fala? Dá para culpar a pessoa que falou?DILMA - Não dá mesmo. Até porque ali, naquela hora, tinha uma coisa muito engraçada que eu vi. Aconteceu com muita gente, não foi só comigo. É por isso que aquela pergunta é absurda, a do senador [Agripino Maia, do DEM]. A mentira é uma imensa vitória e a verdade é a derrota. Na chegada do presídio [Tiradentes], estava escrito "Feliz do povo que não tem heróis", que era uma frase do Brecht que tem um sentido amplo. Esse fato de não precisar de heróis mostra uma grande civilidade. É preciso que cada um tenha um pouco de heroísmo.
FOLHA - Quando a sra. chegou à Oban, houve muitos gritos?DILMA - Teve. Fazia parte do script. É uma luta eterna entre a sua autodestruição e sua luta para ficar inteiro psicologicamente. A palavra correta é uma disputa moral no sentido amplo da palavra moral. É uma disputa entre éticas diferentes, entre princípios diferentes. Uma pessoa que se dispõe a fazer a outra ter dor tem um processo de difícil identificação. Fico imaginando o que foi Abu Ghraib, porque bota de um lado americanos e de outro lado um outro mundo. Você tem de ser desqualificado como ser humano para ser torturado, santa, senão você não é.
FOLHA - E a família da sra., como reagiu a isso tudo?DILMA - Minha mãe foi absolutamente fantástica. Eles tinham horror de mãe.
FOLHA - Só para deixar claro, a sra. não se recorda desse plano para sequestrar o Delfim?DILMA - Não. Acho que o Espinosa fantasiou essa. Sei lá o que ele fez, eu não me lembro disso. E acho que não compadece com a época, entendeu? Nós acabamos de rachar com um grupo, houve um racha contra a ação armada e vai sequestrar o Delfim? Tem dó de mim. Alguém da VAR que você entrevistou lembrava-se disso? Isso é por conta do Espinosa, santa. Ao meu conhecimento jamais chegou. Não me lembro disso, minha filha. E duvido que alguém lembre. Não acredito que tenha existido isso, dessa forma. Isso está no grande grupo de ações que me atribuem. Antes era o negócio do cofre do Adhemar, agora vem o Delfim. Ah, tem dó. Todos os dias arranjam uma ação para mim. Agora é o sequestro do Delfim? Ele vai morrer de rir.
FOLHA - De qualquer forma, obrigada por tocar nesse assunto delicado...DILMA - Eu estou te fazendo uma negativa peremptória. Para mim, não disseram. Tá?
COMENTÁRIO REALIZADO NO BLOG DO PAULINHO, SOBRE TER CHAMADO A DILMA DE SEQÜESTRADORA
Paulinho,
Você foi vítima, mais uma vez, de manipulação da mídia.Se PLANEJOU o seqüestro (e não o efetivou), não vale o fato de ter sido por motivos políticos (não confundir com o caso Battisti, por favor).
Não conta ter sido, no calor de um regime autoritário, em que todos buscavam alternativas?
Se não conta, então leve em consideração, no seu blog ou em sua vida, as posições dos jornais FOLHA DE SÃO PAULO, O GLOBO, ESTADO DE SÃO PAULO durante o regime militar. Ou de diversos personagens da história. Ou seja: não deves citar veículos de imprensa que foram CONIVENTES com a tortura de muitos de seus colegas jornalistas, de artistas e de muitas pessoas.
Como você, eu tenho origem humilde.Contudo, diferentemente de você, não me deixo levar por ideologias baratas de direita e ser manipulado pela imprensa. Tampouco pela esquerdinha PT e PCdoB, entreguista, representantes de outra face da elite: a elite sindical. Se é para ser conservador, Paulinho, vá ler. Seja um Olavo de Carvalho (credo em cruz), mas não seja Lauro Jardim ou Reinaldo Azevedo.Você é muito bom no que faz. Mas precisa LER um pouco mais.
Talvez não dê tempo. Estranho: um ex-motoboy (com muito orgulho, espero), pensar como as socialites do Jardins ou os jogadores de Tênis dos clubes ricos de São Paulo.Não acredito que o Citadini - teu mentor - pense assim.
Tampouco que o Juca Kfouri pense assim. Nesse sentido, ponto pra você: venho lhe cobrando idéias próprias e você as tem.Já que tu me "ouvistes", mais dois conselhos: leia muito: não leia como e o que os jornalistas lêem - diversidade;utilize o mesmo "faro" e a mesma visão crítica em relação à política: vá além do visível.
Um abraço de quem admira o seu trabalho,Bruno de Souza
Você foi vítima, mais uma vez, de manipulação da mídia.Se PLANEJOU o seqüestro (e não o efetivou), não vale o fato de ter sido por motivos políticos (não confundir com o caso Battisti, por favor).
Não conta ter sido, no calor de um regime autoritário, em que todos buscavam alternativas?
Se não conta, então leve em consideração, no seu blog ou em sua vida, as posições dos jornais FOLHA DE SÃO PAULO, O GLOBO, ESTADO DE SÃO PAULO durante o regime militar. Ou de diversos personagens da história. Ou seja: não deves citar veículos de imprensa que foram CONIVENTES com a tortura de muitos de seus colegas jornalistas, de artistas e de muitas pessoas.
Como você, eu tenho origem humilde.Contudo, diferentemente de você, não me deixo levar por ideologias baratas de direita e ser manipulado pela imprensa. Tampouco pela esquerdinha PT e PCdoB, entreguista, representantes de outra face da elite: a elite sindical. Se é para ser conservador, Paulinho, vá ler. Seja um Olavo de Carvalho (credo em cruz), mas não seja Lauro Jardim ou Reinaldo Azevedo.Você é muito bom no que faz. Mas precisa LER um pouco mais.
Talvez não dê tempo. Estranho: um ex-motoboy (com muito orgulho, espero), pensar como as socialites do Jardins ou os jogadores de Tênis dos clubes ricos de São Paulo.Não acredito que o Citadini - teu mentor - pense assim.
Tampouco que o Juca Kfouri pense assim. Nesse sentido, ponto pra você: venho lhe cobrando idéias próprias e você as tem.Já que tu me "ouvistes", mais dois conselhos: leia muito: não leia como e o que os jornalistas lêem - diversidade;utilize o mesmo "faro" e a mesma visão crítica em relação à política: vá além do visível.
Um abraço de quem admira o seu trabalho,Bruno de Souza
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